segunda-feira, 7 de abril de 2014

Asdrúbal levou o trombone.




DEPOIS DE TROCAR “TROMPAS” 

POR VOTOS, ASDRÚBAL RESOLVEU 

TOCAR EM OUTRA FREGUESIA

Como era bom o tempo em que quando se falava em Asdrúbal era só um trabalho do grupo “Asdrúbal Trouxe o Trombone”. Este grupo definia-se pela desconstrução da dramaturgia, a interpretação despojada e a criação coletiva. Vários grupos no Rio de Janeiro até o início dos anos 1980 são seus seguidores, entre eles, a Companhia Tragicômica Jaz-o-Coração, Banduendes Por Acaso Estrelados, Beijo na Boca, Diz-Ritmia.

Já em sua estreia, em 1974, o Asdrúbal chamou a atenção do público e da crítica com o espetáculo "O Inspetor Geral", de Nikolai Gogol. Segundo o crítico Yan Michalski, "quem assistiu ao lançamento sentiu que a demolidora irreverência do grupo continha a semente de um novo teatro, criado pelo prisma da visão de mundo da geração que então estava ingressando na idade adulta”.

 
A prodigiosa energia vital do grupo se revelaria mais tarde o denominador comum de uma nova proposta teatral, que ocuparia um dos primeiros planos na atividade cênica do País.

Mas como nem todos são “Asdrúbal do bem” aparece em cena nos dias de hoje um deputado federal que responde pelo nome de Asdrúbal Bentes, que é do PMDB do Pará. Mas parece que já não corremos o perigo desse ataque porque ele foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal há três anos, um mês e dez dias de prisão por crime eleitoral. Mas como todos os políticos são da mesma “massa podre”, ele também tratou de renunciar ao mandato parlamentar. Assim ele sai de cena e quem sabe, nas eleições de 2018 ele volta para fazer mais ligaduras de trompas em troca de mais uns votos nas urnas.

Diz o “falso” Asdrúbal, que esta decisão de renunciar foi tomada para “evitar constrangimento” para os colegas parlamentares na hipótese de decidirem pela eventual manutenção do seu mandato, mas no fundo ele pensou assim: “Quem não é visto não é lembrado. Assim sendo, em quatro anos eu volto com nova ‘roupagem’ e ninguém nota que está votando em mim”. É uma estratégia que os políticos “safados” usam e assim vão roubando ainda mais. Então ele afirma: “Renuncio para preservar a imagem deste poder e também os meus companheiros, que certamente serão alvo de muita pressão”.

A renúncia foi formalizada com a comunicação feita ao plenário pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), depois de receber a carta em que o deputado informou que desistia do mandato. O anúncio foi feito antes de a Mesa Diretora da Câmara iniciar reunião para decidir sobre a abertura de processo de cassação contra ele. Se a mesa iniciasse a reunião e instaurasse o processo, Bentes não poderia mais renunciar. Tudo armado e bem orquestrado, afinal, não existe só um “safardana” naquela Casa.

Agora vejam se não há intenção de uma nova candidatura em 2018. Mesmo renunciando agora, Asdrúbal avisou que não vai se desfiliar do PMDB. Ele que já tem seis mandatos na Câmara, afirmou que “o povo” do seu estado vai decidir se ele continua na política. E na maior falou rindo da cara do povo: “Eu voto em mim com certeza, mas quem decide no futuro é o povo, se me quer na política”. Ele que é um condenado, pretende solicitar à Justiça o cumprimento da prisão domiciliar em Marabá, no Pará, seu domicílio eleitoral. Claro que prisão domiciliar em Marabá, é o mesmo que ficar preso pelas ruas e lugarejos por onde continuará comprando os votos para 2018. Diz que estará atuando como advogado enquanto cumpre a pena. Ao ser perguntado se iria mesmo advogar ele respondeu: “Claro. Vou viver de quê, minha filha?”, respondeu o "safardana" a uma jornalista.

Como ele teve a prisão decretada pelo STF, ele imediatamente se apresentou ao juiz Nelson Ferreira Júnior, da Vara de Execuções de Penas e Medidas Alternativas do Distrito Federal (Vepema-Distrito Federal). Foi então que o magistrado suspendeu o mandado e informou ao parlamentar que ele cumprirá a pena em casa, já que a condenação foi inferior a quatro anos. Assim sendo, a pena teria de ser cumprida em regime aberto. Bentes poderá trabalhar durante o dia, mas terá de se recolher à sua casa entre 21h e 5h, aliás, horário em que os incautos eleitores também recolhidos e dormindo.

O Asdrúbal foi condenado em 2011 pelo STF por esterilização cirúrgica irregular de mulheres. Na quinta-feira, dia 20 de março, os ministros do tribunal rejeitaram os últimos recursos contra a decisão. Mas como nunca vi “bandido” se declarar culpado, Bentes voltou a negar que tenha atuado para a realização de cirurgias de laqueadura. “Em nenhum momento encaminhei algum pedido de cirurgia de laqueadura”, disse o “condenado sem culpa”.

E quando digo que ele será candidato em 2018, tenho uma razão para isso. Embora Asdrúbal tenha sido condenado pelo STF, órgão colegiado de última instância na Justiça, ainda existe dúvida jurídica quanto ao período em que Bentes ficará inelegível. Pela Lei da Ficha Limpa, ele ficaria impedido por oito anos após o cumprimento da pena de três anos, mas o crime pelo qual foi condenado não se enquadra na lei.

Mas não custa dificultar e assim sendo, a própria condenação, que suspende os direitos políticos, pode ser interpretada como uma das condições da Ficha Limpa para a inelegibilidade, afinal, ele é um "ficha suja". A questão, segundo alguns advogados, pode parar novamente nos tribunais.


E a novela poderá se estender por mais alguns anos, mas que ele será candidato, não há a menor dúvida. 

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