quinta-feira, 7 de março de 2013


Uma “Sombra” que esconde a verdade

Gerson Tavares







Celso Daniel morreu e deixou para trás um problema que ninguém conhece o resultado, nem mesmo o maior "matemático". Por isso a Justiça em Itapecerica da Serra, em São Paulo, não pode marcar data para o julgamento do empresário Sérgio Gomes da Silva, que outro não é senão “Sombra” de alguém, e que é apontado pelo Ministério Público como mandante do assassinato do prefeito de Santo André, o petista Celso Daniel.

Estão pendentes no Superior Tribunal de Justiça e no Supremo Tribunal Federal, dois habeas corpus, que só servem para atrasar o júri que estava previsto, inicialmente, para março, isso 11 anos depois do crime. Dizem que esse crime “assombra” o PT e por isso a “Sombra” é muito importante sempre.

Segundo o Ministério Público, Celso Daniel foi eliminado porque havia decidido dar um fim em amplo esquema de corrupção em sua gestão do qual a “Sombra” e outros empresários seriam beneficiários.

O professor Bruno José Daniel, irmão de Celso, deixa muito clara a sua posição neste caso: "Frustra ter que esperar mais um tempo, não se sabe quanto, para que Sérgio Sombra seja julgado. Tal como funciona nosso sistema, abrem-se espaços para retardar processos, sob o pretexto de garantir o direito de defesa, que obviamente deve existir. Frustra também ver a lentidão com que caminham os processos ligados ao esquema de desvio de recursos montado na prefeitura de Santo André".

Mas se olharmos como a coisa está andando, chega-se a conclusão que mesmo que a “Sombra” venha a ser julgada, a Justiça ainda vai ficar no débito com a opinião pública. Até agora, seis executores do crime já foram condenados a penas de 18 anos a 24 anos de reclusão. No dia 5 de dezembro de 2012, o juiz Antonio Augusto Hristov considerou que o processo da “Sombra”, por homicídio triplamente qualificado, estava "apto a ser incluído em pauta".

E é aí que vem aquela de “dar um tempo” e cinco dias antes, liminar do STF já havia travado a ação de 90 volumes e 15 mil páginas. A medida acolhe pedido em habeas corpus no qual a defesa alegou cerceamento.

O advogado da “Sombra”, Roberto Podval, afirma que não pôde fazer perguntas aos outros réus e que na Corte estão pendentes mais demandas sobre o caso; uma põe em discussão o poder de investigação criminal do Ministério Público.

Mas existem fatos que me assustam e um deles é este fato de que a mais atual liminar foi dada pelo ministro Marco Aurélio, às 20h25 de 1.º de dezembro, em sua residência.

Assim sendo, tudo fica parado até julgamento de mérito do habeas, que não tem data. Marco Aurélio destacou que a "defesa técnica, inafastável", faz parte do processo criminal. Ele observa bem que a defesa de um acusado pode questionar "fato não bem esclarecido" e "formular perguntas correspondentes e pertinentes". Claro que Marco Aurélio “tem muito cuidado em seus pareceres”.

Não podemos esquecer que o juiz de Itapecerica já enviou informações ao Supremo e ao STJ, onde a defesa ingressara com outro habeas corpus em 16 de abril, mas a ministra Laurita Vaz indeferiu liminar.

Por isso é bom lembrar que onde existe uma “Sombra”, naturalmente existe um anteparo de luz. Será que não seria bom ver quem é esse anteparo? Sei não, mas se apertar a “Sombra” ela poderá tomar a forma do anteparo.

Por falar nisso, o Zé Dirceu vai ser preso ou vai continuar a tirar onda?  

3 comentários:

João Brandão disse...

Esta é uma verdade. Para que aconteça uma sombra é necessária uma luz e um anteparo. O anteparo é sempre o maior bandido. Quem será o maior bandido?
Nós até podemos ter dúvidas em relação a alguns bandidos, mas neste caso, parece que ninguém tem a menor dúvida.
Mas este bandido em causa, talvez nunca vá parar na cadeia, mesmo que em alguns outros crimes tenha sido julgado.
São Paulo

Anônimo disse...

Servindo de sólido para esta sombra está alguma coisa muito forte.
Quem 'dirce' isso foi a própria sombra.
Santo André - SP

Anônimo disse...

É na sombra do submundo que os bandidos se escondem. este Sombra deve estar com muita dinheiro prometido para garantir o silêncio.
O Celso não sabia que estava se metendo com a mais perigosa quadrilha do país.
Santo André