quarta-feira, 6 de março de 2013


Torcidas ou quadrilhas?


Assim como acontece com a bandidagem que vive atazanando a população, quando acontece alguma prisão por qualquer crime, sempre quem puxou o gatilho foi um “dimenor”, quem estuprou, foi um adolescente, quem roubou sempre foi um “menino” que não pode ser preso porque é inimputável. Esta é uma das grandes falhas da nossa lei, mas infelizmente é assim que os “Direitos Humanos” fazem com que a população passe por tantos problemas em seu dia a dia.

E é usando desta condição de “inimputabilidade” que a torcida corintiana, claro com instruções dadas pelos advogados do clube, encontrou o “criminoso” que soltou o sinalizador marítimo dentro do estádio em Oruro, durante o jogo entre o time local, San José e o Corinthians, pela Copa Libertadores.

Claro que o “criminoso” e torcedor corintiano é o H.A.M., um menor de 17 anos, que confessou ser o autor do disparo do sinalizador que matou um torcedor do San José. Ele se apresentou à Justiça, claro que na Vara de Infância e da Juventude, em Guarulhos com a intenção de confessar a sua responsabilidade pelo ato.

Lá estavam cinegrafistas, fotógrafos, repórteres e curiosos que se aglomeraram em frente ao local para aguardar a chegada do “corintiano criminoso”, que chegou ao local com o rosto coberto e ao lado do advogado da torcida organizada Gaviões da Fiel.

Já na noite de domingo da semana passada ele declarou, em entrevista veiculada pela TV Globo no programa Fantástico, ser o responsável pelo incidente. Ele alegou, porém, que se atrapalhou com o artefato e que não tinha intenção de matar. Aliás, eu ainda não vi assassino falar que tinha a intenção de matar. Alguns dizem até que fizeram o furo, mas quem matou foi Deus.

Como o advogado quer tirar os corintianos da cadeia lá na Bolívia, ele acha que com a confissão, os 12 torcedores que estão detidos desde a morte de Kevin Douglas Beltrán Espada sejam liberados. Uma grande jogada, até porque a lei brasileira é igual à lei boliviana e assim, o H.A.M. estará livre de prisão e ninguém irá pagar pelo crime.

E o Corinthians correu atrás para achar um “pato dimenor” porque quer ver se assim, sem “crime” da torcida, poderá contar com que a Conmebol aceite o recurso apresentado para anular a liminar que proíbe a presença de torcedores do clube nos jogos da Libertadores durante 60 dias.

Lá em San José tudo aconteceu logo no início da partida. Um sinalizador foi lançado da “torcida” do time brasileiro e atingiu um menino de 14 anos entre a torcida boliviana, que morreu na hora. Mas o advogado tem certeza que os 12 torcedores corintianos detidos e que seguem no Presídio San Pedro, em Oruro, acusados pelo homicídio de Kevin, já estão com o pé no aeroporto. Dois deles, Cleuter Barreto Barros e Leandro Silva de Oliveira, foram indiciados por assassinato. Os outros 10 foram indiciados como cúmplices do crime.

E a prova do crime estava nas mochilas deles. Sinalizadores iguais àquele que matou Kevin, estavam entre os pertences desses “quadrilheiros” travestidos de torcedores.

Esta é só mais uma prova que o Brasil não está preparado para sediar a Copa do Mundo de 2014 e muito menos, as Olimpíadas de 2016.

Está eu assino por baixo.

Gerson Tavares

Um comentário:

Fernando Castro Filho disse...

Imagine você se algo parecido acontece na Copa das Confederações? Será o fim tanto da Copa do Mundo como das Olimpíadas no Brasil. Um país sem educação, um país de bandidos, o que esperar dele?
Vamos ter muita dor de cabeça ainda com esse negócio de quadrilhas organizadas, sim, porque torcida é uma coisa e isso que temos hoje em dia são quadrilhas mesmo. Não é só aqui em São Paulo não, mas aqui elas já estão extrapolando.São marginais vestidos e mantidos pelos clubes. Agora, quanto a apresentar um menor como o assassino, isso já passa a ser um crime maior do advogado da torcida e que, claro, é pago pelo próprio Corinthians.
Cadeia para po assassino, para o advogado e para os pais dos menores que deixaram que isso fosse tramado.
Lapa - SP