Festa
de arromba
Gerson
Tavares
Final
de ano chegando e todos só pensam em festinhas e se nessas festinhas tem
distribuição de presentes, melhor ainda. E foi exatamente em uma dessas festas
que mais de mil pessoas compareceram ao Clube Atlético Monte Líbano, em São
Paulo. Ela foi organizada pela Associação Paulista de Magistrados (Apamagis) e distribuiu
muitos presentes que foram oferecidos por empresas públicas e privadas para
juízes estaduais.
Tudo coisinhas pequenas, apenas umas lembrancinhas, como automóveis, cruzeiros,
viagens internacionais e hospedagem em resorts, com direito a acompanhante.
Tanto
o corregedor nacional de Justiça e as ONGs em defesa da transparência na
administração pública se colocaram contra esse tipo de prática, já que ela
coloca os beneficiários sob suspeita.
Claro
que alguns magistrados defendem essas promoções e alegam que a Apamagis é uma
entidade privada e que o interesse das empresas é apenas mercadológico, não
comprometendo a independência dos juízes.
Só
para ter uma noção da coisa, a festa da Apamagis teve ingressos vendidos a R$
250 e cotas de patrocínio compradas por empresas públicas e privadas. A Caixa
Econômica Federal assinou contrato no valor de R$ 10 mil, encarregando-se da
"divulgação e infraestrutura do evento".
Até
uma operadora de planos de saúde, neste caso a Qualicorp, também estava entre
os patrocinadores. Houve sorteio de um Volkswagen Fox zero quilômetro e de
viagens nacionais e internacionais.
Mas
a Apamagis, que havia prometido divulgar a lista de patrocinadores e dos juízes
sorteados, ficou em dívida com todos e omitiu a informação. Pelo que deu para
notar, o assunto é sigiloso.
Eliana
Calmon, em poucas palavras define bem o que está acontecendo: "Saímos
inteiramente dos padrões aceitáveis". E foi além: "Recompensa
material de empresas não está de acordo com a atuação do magistrado, um agente
político". E foi muito franca quando falou: "Quem dá prêmio a juiz é
o tribunal, quando merece promoção".
Cláudio
Weber Abramo, da ONG Transparência Brasil, também falou sobre o absurdo dessa
festinha: "Como se pode confiar nas decisões de juízes que recebem
presentes?" E também foi um pouco além: "Magistrados não podem se
colocar na posição de devedores de favores a empresas que podem vir a fazer parte
em processos que julgam".
Depois
dessa “festinha” já é hora do CNJ dar fim a este tipo de prática. Essa
modalidade de “confraternização” precisa ser coibida, pois configura violação
da vedação fundamental de agentes públicos se colocarem em posição de conflito
de interesse.
Vamos
moralizar o Brasil!
5 comentários:
E ainda tem gente que acredita em Justiça. Tudo bem que temos um Joaquim Barbosa, cidadão que mostra o porque veio ao mundo, mas ainda estamos num país onde a justiça, com letra minuscula mesmo, repleta de 'canalhas' que só estão fazendo riquezas e mais nada.
Alguns magistrados que participaram dessa 'sacanagem' defendem promoções como essas, como se isso fosse uma coisa normal e que não compromete a 'independência' dos juízes. Isso eles dizem, mas como a independência, para eles, é colocar a grana no bolso, a Justiça Brasileira seguirá sempre maculada, mesmo tendo um JOAQUIM BARBOSA na Alta Corte.
Será que não é hora de colocar grades nos gabinetes desses magistrados que fazem essas "badernas', sempre escudados pelas togas?
Eliana Calmon: SOCORRO!
Jardins - São Paulo
É... parece que o Joaquim também está se afinando com os corruptos. pode ser até que não corramos o perigo de fuga desses bandidos que foram julgados e condenados, mas será que eles são diferentes dos outros bandidos? Será que eles têm direitos que outros bandidos não têm.
Cadeia foi feita para bandidos e não interessa qual o grau de amizade que ele tenha. Por que eles são amigos do Lula podem ficar por aí? se é tão importante para o Lula eles estarem ao seu lado, por que ele não assume que também é culpado e não fica preso junto?
Garanto que não seria um erro maior prender o Lula do que deixar os outros soltos.
Joaquim, Joaquim... Não nos decepcione.
São Luiz do Maranhão
Em um país, onde os magistrados ainda acham que essas coisas são normais, o que falar e de quem cobrar moral e ética?
Esta é a prova que o mal do Brasil é exatamente o seu povo. o país que tem um povo desses, não precisa de inimigos porque ele se acaba sozinho.
Não era esse Brasil que eu sonhava para os meus filhos e netos.
Pato Branco - Paraná
Se os magistrados pensam como esses que comandam a Amapagis, o que pensar da nossa Justiça?
Esta será a Justiça que temos? E pelo que está dando para notar, este é um caminho irreversível.
Pobre Brasil.
Natividade
O novo ano já chegou, mas será que vamos ter os mesmos políticos, os mesmos magistrados, os mesmos policiais e tatos outros que têm obrigações com o povo, com os mesmos vícios que foram implantados nessa Terra que não tem culpa dos homens que aqui se instalaram.
Morumbi - São Paulo
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