segunda-feira, 10 de dezembro de 2012


Vieira bom, só o Luiz

Gerson Tavares
 





O “menino passarinho” sempre encantou os brasileiros com sua melodia, sua verve e seu carisma. E agora fiquei tão triste quando vi dois “vieiras” unidos, não só como irmãos, mas também como bandidos, estão sujando um sobrenome até agora tão respeitado, que resolvi falar do meu amigo Luiz Vieira, em sinal de desagravo.

Pois aquele “menino passarinho” de tantas glórias, nasceu Luiz Rattes Vieira Filho, lá na cidade de Caruaru no dia 12 de outubro de 1928. Como bom “passarinho”, bateu asas e voou para o sul, tornou-se um cantor que seguiu a vida como grande e competente cantador, compositor e radialista brasileiro.

Teve um início de carreira voltado para as músicas românticas. Foram valsas e samba-canções que deram início a sua carreira. E no programa de Renato Murce, na Rádio Nacional do Rio de Janeiro, ele teve a ousadia de imitar o grande Vicente Celestino. Depois, com o tempo passando ele foi crooner de orquestra num cabaré do bairro da Lapa, também no Rio de Janeiro, a capital do País.

Foi Paulo de Grammont que fez com que Luiz Vieira fosse contratado pela rádio Tupi, mas em 1950 ele acabou sendo contratado pelas rádios Tupi e Record de São Paulo, duas Emissoras Associadas.

A canção “Menino de Braçanã”, de 1953, foi seu primeiro sucesso, na voz de Roberto Paiva, mas logo a seguir o cantor Ivon Curi, regravou-a. Em 1954 Luiz Vieira era cantor da rádio e televisão Record de São Paulo, permanecendo até 1961 e ainda trabalhava na rádio Nacional (CBN) desde 1959.

“Encontro com Luiz Vieira” foi o sucesso da TV Excelsior, canal 9, de São Paulo, que estreou no ano de 1962. Ganhou as paradas de sucesso com a canção “Prelúdio Pra Ninar Gente Grande”, que ficou mais conhecida como “Menino Passarinho”.

Já naquela época ele tornou-se um viajante e vivia em uma rota entre o Ceará e o Rio Grande do Sul, chegando a fazer diversas viagens aéreas por semana, para fazer cinco programas de televisão em diversos Estados e em cada um que passava era sucesso garantido.

E foi por ser o “boa gente” que é, que Luiz Vieira nunca gostou de ser chamado de “cantor”, mas sim de “cantador”.

Luiz Vieira é estudioso das músicas de cordel e em cada letra e melodia que Vieira lançou, sempre trouxe a “Paz do meu amor”. E pelo que representa Luiz Vieira para o cancioneiro brasileiro, “Os olhinhos do menino” até hoje brilham com as lembranças de um Brasil melhor.

E agora vêm esses “irmãos metralha” e jogam lama no sobrenome de um dos maiores nomes do nosso cancioneiro.

Por isso, deveriam decretar que “bandido” não pode ter sobrenome. Sendo assim, os “irmãos metralha”, a partir de agora, se chamarão apena “bandido Paulo” e “bandido Rubens”.

Fica decretado assim.

Um comentário:

Walda Gonçalves Pinho disse...

Só você mesmo para ainda trazer às nossas lembranças, as coisas boas que existiam enquanto o Brasil era Brasileiro. Foi muito bom lembrar do cantador Luiz Vieira. Sabe que até esqueci desses ladrões que infestam a nossa política e fui procurar em meus velhos discos um CD onde está lá, o "menino passarinho".
Obrigada Gerson, muito obrigada por nos fazer voltar no tempo bom que já vivemos.
São Paulo