sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

O carnaval e os políticos



Este é o grande

destaque dos blocos

carnavalescos do

Rio de Janeiro


As músicas de carnaval falando dos políticos não são de agora. Quando o povo pedia a volta de Getulio Vargas ao Catete, no carnaval a música mais cantada foi a marcha “Retrato do Velho”. Era assim o refrão:

“Bota o retrato do velho outra vez,
Bota no mesmo lugar.
Bota o retrato do velho outra vez,
Bota no mesmo lugar
O sorriso do velhinho
Faz a gente trabalhar.”

Ainda falando de Getúlio Vargas, o carioca cantou:

“O Brasil tem muito doutor,
Muitos funcionários,
Muitas professoras,
Se eu fosse o Getulio
Eu mandava,
Metade dessa gente pra lavoura.

Mandava muita loira plantar cenoura,
E muito bonitão plantar feijão.
E essa turma da mamata,
Mandava plantar batata”.

Mas já naquela época os protestos eram cantados. “Tomara Que Chova” foi uma marcha de protesto contra as promessas dos políticos. Era assim a letra:

“Tomara que chova,
Três dias sem parar,
Tomara que chova,
Três dias sem parar.
A minha grande mágoa,
É lá em casa não ter água,
Eu preciso me lavar.

De promessa eu ando cheio,
Quando eu conto a minha vida,
Ninguém quer acreditar,
Trabalho não me cansa,
O que cansa é pensar,
Que lá em casa não tem água,
Nem pra cozinhar”.

E outras tantas marchinhas de carnaval foram cantadas nos salões e pelas ruas. Mas hoje, com tanta pouca-vergonha, um político foi eleito o “enredo” das marchinhas 2010.

Senão, vejamos alguns refrões:

“Tem uva passa,
Fruta seca e propina,
É o panetone
Do Arruda em Brasília”

Outra?

“Brasília, capital sem esperança
Tem mensalão na meia em oração,
No panetone o rato deita e rola,
Tem banho de Arruda na corrupção”

Mais?

“O malandro de Brasília
Faz o povo de peteca.
No meu tempo era batom,
Hoje é grana na cueca”

Muitos outros estarão passando pelas ruas nos blocos da cidade do Rio de Janeiro, mas o tema é sempre o mesmo: José Roberto Arruda, o ladrão-mor do Distrito Federal. Como dá para ver, o personagem continua sendo o político, mas os motivos são bem outros e bem mais sujos.

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