quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Magistrados “safardanas” são aposentados “A decisão caiu como uma bomba atômica que terá muitos desdobramentos. Porém, ninguém sabe ainda quais serão seus efeitos. Somos todos espectadores” – Frase do ex-presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, desembargador Paulo Lessa, ao analisar a decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que aposentou, compulsoriamente, nesta terça-feira, 10 magistrados locais por suposto desvio de R$ 1, 5 milhão.

Isto porque qualquer magistrado que seja “safardana” tem como “único” castigo a aposentadoria. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu na terça-feira pela aposentadoria compulsória dos dez magistrados do TJ (Tribunal de Justiça) do Mato Grosso suspeitos de participação no desvio dos recursos para favorecer a entidade maçônica Grande Oriente.

Entre os afetados pela decisão estão os desembargadores Mariano Travassos (atual presidente do TJ), José Ferreira Leite (presidente do TJ e grão-mestre da entidade maçônica na ocasião dos fatos investigados) e José Tadeu Cury (então vice-presidente).

Segundo o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, relator do caso, que apresentou parecer pedindo a aposentadoria compulsória dos magistrados, o relatório da auditoria encomendada pelo Tribunal de Justiça em 2008, que apontou os pagamentos indevidos a magistrados no ano de 2004, foi confirmado por provas colhidas pela Polícia Federal e pela auditoria feita pelo próprio CNJ.

Os desvios de recursos públicos (cerca de R$ 1,5 milhão) começou em 2003, quando os envolvidos criaram uma cooperativa de crédito vinculada à loja Grande Oriente do Estado de Mato Grosso, da qual o desembargador José Ferreira Leite era grão-mestre. A cooperativa de crédito quebrou em 2004, quando foi descredenciada pelo Banco Central por falta de liquidez. Para atender aos correntistas, a maioria ligada à maçonaria.

Segundo o relator, os envolvidos “buscaram recursos no Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, por meio de pagamentos de créditos aos seus magistrados maçônicos ou não, desde que tivessem desprendimento para emprestá-los à ordem maçônica”.

Mas não é que até maçom entrou na “sacanagem”?

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