segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Enfiar dedo no olho é o mínimo


Gerson Tavares

Na guerra política vale tudo. Quando um político está servindo para tirar votos de alguém, o grupo contrário é capaz de qualquer coisa para colocá-lo para “escanteio”, usando aqui um termo futebolístico, como gosta o presidente Lula.

Sejam eles, vereadores, prefeitos, deputados, senadores e até o presidente da República, quantos políticos já foram citados por usar dinheiro ilícito em suas campanhas eleitorais? Milhares deles, e não é privilégio dos políticos de oposição, pois até o Lula foi citado algumas vezes, já estiveram envolvidos nessa “tramóia” de dinheiro por baixo dos panos.

Quando o juiz da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, Aloísio Sérgio Resende Silveira confirmou neste domingo uma decisão sobre a cassação do mandato do prefeito Gilberto Kassab, da vice-prefeita Alda Marco Antônio e de pelo menos oito vereadores, por captação ilícita de recursos, até pode não ser novidade, mas novidade, é porque agora? Todo mundo sabe que nada irá acontecer com esses, assim como nada aconteceu com os outros, inclusive o Lula. Mas a pergunta é essa: “Porque agora?”.

Gilberto Kassab afirma que nada teme, nem por ele nem por sua vice. A condenação tem como motivo, captação ilícita de recursos durante a campanha eleitoral de 2008. Mas ele tem certeza na possibilidade de a Justiça garantir sua permanência no cargo até o julgamento final do processo, assim como ocorre com outros 16 vereadores que tiveram o mandato cassado no final de 2009. Ele sabe que os mandatos chegarão ao final e nada irá acontecer.

Kassab inclusive falou que a decisão judicial não vai atrapalhar nem a rotina da prefeitura. O prefeito, muito inteligente, evitou comentar o fato de o juiz ter aprovado com ressalvas as contas de campanha da ex-prefeita Marta Suplicy. Afinal, ela é do PT, o partido do Lula.

Tudo isso é muito sujo, cheira mal, mas pior que tudo isso, é ouvir o juiz Silveira falar que se Kassab e os parlamentares recorrerem dessa decisão, eles terão garantido o efeito suspensivo automático, que permite a eles permanecer em seus cargos até a decisão final. E como eu já falei lá em cima, os mandatos terminarão bem antes de qualquer decisão.

É tudo uma questão de “propaganda eleitoral”. Para vencer uma eleição, vale até xingar a mãe.

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