Sem espaço no PMDB, Garotinho recorre a Aécio

Garotinho corre atrás de partido
Foto - Fabio Mota

RIO – A política é um casamento sem divórcio. Quem entra nela nunca mais quer sair. Este é o caso do Antonio Matheus, o Antony Garotinho (PMDB), que na tentativa de recuperar espaço político perdido, já se movimenta de olho na tendência de fortalecimento da candidatura da oposição na disputa presidencial de 2010.

Ele fez escola com Leonel Brizola e sabe fazer articulações. E foi numa dessas que obteve sinal verde do governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB). Graças à ajuda do prefeito tucano de Duque de Caxias, José Camillo Zito, Garotinho negocia para entrar no PSDB e se tornar candidato da legenda ao governo do Estado do Rio em 2010.

Como Garotinho é experto, não foi por acaso que recorreu ao prefeito de Caxias em busca de uma nova ponte com o PSDB. Zito é hoje um dos políticos mais influentes na Baixada Fluminense. Prefeito de Caxias pela terceira vez, o tucano venceu, em primeiro turno, o candidato do PMDB, Washington Reis, que tinha o apoio do presidente Lula e do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB). Um dirigente do PMDB conta que correligionários de Garotinho atuaram nos bastidores para despejar votos em Zito, ajudando a derrotar o afilhado do governador.

Mas como Garotinho não consegue viver fora da política e vai que a coisa não dê funcione lá pelas bandas do PSDB, ele também está em conversações com o PTB. Ele trabalha para construir uma alternativa partidária porque está cada dia mais espremido no PMDB, entre a força de Cabral e a nova liderança do prefeito do Rio, Eduardo Paes. Embora bem desgastado politicamente, Garotinho ainda tem seu “curral eleitoral” no interior do Rio. Sua mulher e também ex-governadora Rosinha Matheus é a nova prefeita de Campos dos Goytacazes, no norte fluminense. E este movimento da família em direção aos tucanos vem de longe. Aliás, a família se movimenta para a direção que dê vantagens.