segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Que tal um bloco chamado Ministério Público?



Gerson Tavares





Fico impressionado com o dinheiro que as Escolas de Sambas investem no carnaval. As Escolas de Samba aprenderam com as Grandes Sociedades a levarem para as ruas uma beleza sem igual. As diretorias das Escolas fizeram com que uma certa rivalidade crescesse a cada ano que passava entre os componentes e carnavalescos na ânsia de ganhar o carnaval. Entre as Escolas mais afoitas está a Beija Flor de Nilópolis, que tem uma diretoria que nunca mede esforços para vencer e vencer.

Este ano, com a crise assolando o mundo o carnaval seria com menos brilho. Pelo menos era o que se esperava, mas qual não foi a minha surpresa quanto vendo o noticiário da televisão vi que a evolução está levando os carnavalescos a uma verdadeira loucura. Este é o caso do carro “abre alas” da Escola.

A Beija Flor tem um histórico de vitórias, desde o tempo de Joãozinho Trinta. Agora, passando por períodos das comissões de carnaval, chegou a este ano onde Alexandre Louzada está em destaque na atual comissão. E é ele o responsável pelo carro que sempre é o xodó do patrono Anízio, a “abre-alas”.

Um carro de tamanho assustador, com 50 metros de comprimento por 11 metros de largura, com três carros acoplados. Mas o que me assustou mesmo foi o que fiquei sabendo por pessoas que vivem no barracão. Este carro será “banhado” a ouro e terá um custo que beira a casa dos três milhões de reais.

Realmente este carro é de assustar, mas não pelo tamanho nem pelo trabalho que ele possa dar, mas sim pelo valor. Gente, isso está fora da realidade do país. Se o mundo está em crise, para gastar esta importância num “simples” carro alegórico, a diretoria da Beija Flor está mostrando que o carnaval está fora do mundo.

De onde vem esse dinheiro? Tudo bem que a família Sessim é enfronhada na política. Tem uma prefeitura que passa nas mãos da família há muitos anos, mas uma prefeitura como a de Nilópolis não tem como bancar um carnaval desses. Governo Federal? Tem deputado federal na família, mas também não tem esse cacife todo. O jogo de bicho? Talvez, mas tenho dúvidas. E aí fico a matutar de onde virá tanto dinheiro?

Será que não hora de o Ministério Público botar o bloco na rua e olhar com mais cuidado o que anda acontecendo neste rico mundo encantado, mas muito perigoso?

Um comentário:

Anônimo disse...

é sempre assim. as escolas de samba tem dinheiro para gastar e ninguem quer saber de onde vem. depois reclamam.