quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Por baixo desse angu, tem caroço



Gerson Tavares




Esta atitude mostra que eles ainda têm um pouco de medo da opinião pública. Na terça-feira, a Mesa Diretora da Câmara voltou atrás nas decisões polêmicas que foram tomadas na semana passada e anulou a liberação do pagamento do adicional de especialização aos servidores, que iria custar R$ 4 milhões por mês. Ainda anulou a autorização para que o Sindicato dos Servidores do Legislativo negociasse a incorporação de 12 mil servidores comissionados no sistema de saúde da Casa.

Esta gratificação teria um violento impacto nos salários dos funcionários que apresentam cursos de mestrado, doutorado ou especialização reconhecidos pelo Ministério da Educação. Mais de 3.500 servidores e 2.000 inativos poderiam ser beneficiados porque o adicional também foi estendido aos funcionários que ocupam cargo de chefia, incluindo nesta “festa”, até aqueles que não apresentam especialização ou até mesmo sem nível superior.

Pela lei que “criou” este adicional, se o servidor obtiver a pontuação máxima, que inclui uma série de exigências e titularidades, terá direito a um teto de R$ 1.800 da gratificação e o benefício incide sobre o teto do vencimento básico da Câmara que é de R$ 6.000 e limita-se a 30% disso.

No documento divulgado pela Mesa Diretora esclarece que a intenção da Câmara é fazer a incorporação daqueles 12 mil servidores comissionados, mas por enquanto suspendeu a decisão até que uma proposta fundada em números por parte do Sindilegis e das consultas que a Câmara já vem fazendo junto a órgãos de controle, como o Tribunal de Contas da União e a Agência Nacional de Saúde.

Mas uma autorização para o Sindilegis negociar um novo plano de saúde criou um certo descontentamento na Câmara. A Mesa Diretora foi criticada pelos diretores administrativos que apresentaram uma planilha informando que a troca no sistema de saúde poderia custar R$ 30 milhões aos cofres do Legislativo. O presidente do Sindilegis, Magno Mello, está isolado para decidir sobre a troca de plano. Para complicar mais um pouco, ele foi acusado de direcionar o processo de escolha de uma nova operadora em favor da Amil.

Mas como o medo do povo nãochega a por fim nas maracutaias, a Câmara divulgou nota explicando a suspensão do pagamento do adicional, porque servidores e entidades representativas anunciaram que iriam à Justiça contra a Câmara porque a Mesa Diretora não teria autorizado o pagamento retroativo. Isso tudo quer dizer que no final da confusão, todos só pensam mesmo em ganhar mais dinheiro em cima do povo.

Um comentário:

Anônimo disse...

quando eles brecam algum aumento é porque tem gente querendo levar mais vantagem.

nunca a coisa é séria.


Hernane Vilalba