terça-feira, 22 de julho de 2008

BRASIL




Lula agora exige "restauração"

da hierarquia na PF






BRASÍLIA – Ontem foi dia de arrumar a casa. Segunda-feira, dia 21 de julho, a chefia da Operação Satiagraha mudou de comando. Agora, quem está mandando, depois de Gilmar Mendes, é Roberto Saad, no lugar do Trotógenes Queiroz, que foi afastado do caso Daniel Dantas, depois dos dois hábeas corpus que o ministro do STF concedeu ao “pobre coitado” banqueiro.

Segundo um assessor de Lula, o presidente vê como prioridades de Saadi a necessidade de “restaurar o respeito à hierarquia na Polícia Federal” e “sanear o inquérito, retirando dele as
ilações infundadas do delegado Protógenes”.

Às escondidas, Lula se diz inconformado com os procedimentos adotados por Protógenes na condução das investigações. Diz que o delegado desrespeitou seus superiores na PF ao consolidar parceria com a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) à revelia da cúpula da polícia.

Um dos principais problemas deixados no inquérito por Protógenes é uma suspeita colocada sobre a fusão da Brasil Telecom e da Oi. O governo diz que o delegado "exagerou" ao registrar que o ex-deputado petista Eduardo Greenhalgh valera-se de sua influência no Planalto para exercer "tráfico de influência" e "lobby" em favor da venda da BrT.

Anunciada em abril e sempre defendida e estimulada pelo governo, a compra da BrT pela Oi ainda depende de mudanças no PGO (Plano Geral de Outorgas), que regulamenta o setor de telefonia. O negócio na telefonia tem um custo estimado de R$ 13 bilhões.

Pelas regras em vigor, concessionárias de telefonia fixa não podem atuar em duas das três áreas em que o país foi dividido na época da privatização do sistema Telebrás, em 1998.

A compra da BrT pela Oi envolve, diretamente, mais de uma dezena de empresas, bancos, fundos de investimento e fundos de pensão de estatais que possuem participação acionária nas duas operadoras. Alguns têm participação em ambas: é o caso do Opportunity, que por acaso é de Dantas, do Citibank e dos fundos de pensão de estatais.

Se a compra for fechada, a supertele terá 49,8% de seu capital controlado pelo governo, por meio do BNDES e dos fundos de pensão de empresas estatais. No mesmo dia em que assumiu o novo comandante da Operação Satiagraha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que “é preciso restaurar a ordem, em nome da preservação da imagem da Polícia Federal”.

Quando será que esse pobre país será respeitado pelas pessoas que se dizem autoridades?

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