sexta-feira, 25 de julho de 2008

É hora de moralizar




Gerson Tavares



Se a moda pega, vamos mudar a fisionomia do país. Foram indeferidos registros de treze candidatos a cargos eleitorais, a prefeito e vereador em Poço Fundo, em Minas Gerais. Foi o juiz eleitoral da cidade, Valter José Vieira, que barrou o sonho desses nada conhecedores da nossa língua. Português em Poço Fundo é fundamental para qualquer cargo. Como seria bom se este juiz servisse de exemplo para todo o país. Os treze registros indeferidos estavam entre sessenta, de candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador que foram submetidos a um ditado aplicado pelo juiz.Dos sessenta, um desistiu e outros vinte e um foram reprovados por não conseguir escrever uma frase ditada pelo juiz.
Walter Vieira decidiu dar uma segunda chance aos candidatos e marcou um novo teste. No segundo teste, 12 candidatos a vereador e um candidato à vice-prefeito não foram aprovados e tiveram os seus registros indeferidos pelo juiz.Mas como nem tudo são flores, os candidatos ainda poderão recorrer da decisão no Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais ou então, os partidos podem apelar para substituição dos candidatos reprovados, o que seria uma medida bem mais racional. O chefe do cartório eleitoral de Poço Fundo falou que o juiz convidou os candidatos do município para fazer o teste porque não aceitava concorrentes analfabetos e que o juiz se baseou em uma resolução do Tribunal Superior Eleitoral que permite a realização de testes individuais e reservados com cada candidato.
E tem mais: pela Constituição, um analfabeto pode votar, mas não pode ser eleito.“Se todos fossem iguais a você”. Se esta frase do poeta inspirasse as autoridades, como tudo seria melhor. Por isso: “Viva” o juiz Walter José Vieira.

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