segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

PATRÕES CONTINUAM INTRANSIGENTES E NÃO APRESENTAM CONTRAPROPOSTA






Esta é para quem pensa que jornalista não é trabalhador. Assim como o governo brinca com o trabalhador dando um salário mínimo que não cobre nem o preço da passagem, também o jornalista é achincalhado pelos empresários da comunicação.

E foi assim mais ou menos que chegou o e-mail do Sindicato: A terceira rodada de negociação salarial com os representantes das empresas de rádio e TV, na quarta-feira da semana passada, terminou mais uma vez com um enorme sentimento de frustração para os jornalistas. Os patrões, que haviam rejeitado todas as nossas reivindicações, não apresentaram sequer uma contraproposta, o que atrasa o fechamento de um acordo.

Eu não poderia deixar passar esse tópico sem falar da política salarial do país. Para que possamos ver a semelhança entre os governantes e os empresários da comunicação, esses insistiram nos 6% de reajuste, mesmo sabendo que a inflação do período medida pelo INPC foi de 6,53%. Também sabendo que o salário dos jornalistas encolheu 10,55% nos últimos 10 anos e que diversos preços tiveram aumentos bem acima da inflação do período, entre eles dos aluguéis e alimentos.

Voltando a nota do Sindicato: O Sindicato respondeu à intransigência da bancada patronal com uma nova proposta: 6,53% da inflação do período mais 2,5% como reposição salarial, chegando assim, a um total de 9,03%. Eles ficaram de levar a nova proposta aos donos de rádios e TVs, mas de antemão já avisaram que ela vai ser recusada. É importante repetir que 2010 foi um ano muito lucrativo para as empresas de comunicação, e 2011 promete ser da mesma forma.

Outra reivindicação recusada na negociação anterior foi o valor facial de R$22,00 para o tíquete-refeição. Diante da recusa em estabelecer um vale-alimentação para compra em supermercado no valor de R$ 300,00, o Sindicato reduziu o valor para R$ 200,00 e nem assim houve abertura para discussão. Pesquisa recente divulgada pela Assert (Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador) mostra como esse tipo de auxílio é importante para os jornalistas cariocas, principalmente aqueles que ganham menos. A pesquisa revelou que o Rio de Janeiro é a cidade mais cara do Brasil para se comer na rua. O preço médio da refeição subiu de R$ 20,40 em 2009, para R$ 26,57 em 2010, um crescimento de 30,24%.

Diante da falta de sensibilidade dos patrões para as mais justas reivindicações dos jornalistas, o Sindicato alerta a categoria: somente com uma forte mobilização conseguiremos aquilo a que temos direito. Portanto, esteja atento à data da nossa próxima assembleia. Ela será marcada assim que os donos das empresas de comunicação responderem à nossa contraproposta.

Ai turma... Preste atenção no chamado. Vamos à luta porque o mar não está pra peixe e a coisa está ficando ruim. A luta não pode parar. É bom lembrar que este governo que está aí, não gosta de quem reivindica aumento de salário.

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