quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Juízes federais querem 14,79%


Enquanto isso o trabalhador continua passando fome





O trabalhador não tem como gritar e quando tem o voto na mão não sabe usar. Muitos até sabem usar, mas só para levar vantagem e entrar em alguma “mamata”. Mas agora a coisa mudou de figura e de personagens.

Usando a força da toga, os juízes federais querem reajuste de 14,79%, a título de reposição de perdas inflacionárias. Atribuem ao Congresso e ao governo "um calote institucional". Na última quinta-feira os magistrados deram entrada no Supremo Tribunal Federal (STF) com um processo denominado mandado de injunção coletivo "contra ato omissivo" dos presidentes do Senado e da Câmara, a quem acusam de não colocar em votação o projeto de revisão anual do contracheque da categoria.

O projeto de lei 7.749/2010, que corrige em quase 15% o subsídio dos ministros do STF, tem reflexo sobre os vencimentos de todos os integrantes do Judiciário Federal. A Associação dos Juízes Federais (Ajufe), entidade que ingressou com o mandado de injunção, enfatiza que não faltou disposição aos deputados e senadores para reajustarem seus próprios salários.

O relator da ação no STF é o ministro Joaquim Barbosa e os juízes argumentam: "Lamentavelmente o projeto encaminhado pelo STF pende de apreciação pelo Legislativo, numa omissão indicadora de atitude discriminatória contra o Judiciário, presente o fato de que o Congresso, ao findar-se a legislatura anterior, aprovou com celeridade os seus próprios subsídios e os do presidente da República e ministros de Estado, furtando-se de examinar o projeto do Judiciário".

Mas assim como eles dão o exemplo dos aumentos dos salários dos "safardanas", nós falamos dos trabalhadores. Realmente há uma diferença de caso para caso, porque enquanto os trabalhadores são milhares e milhares, são apenas 2 mil magistrados federais em todo o País, mas a diferença está no poder de fogo que eles detêm, que é extraordinário. Tudo porque pelas suas mãos passam todas as causas judiciais de interesse da União, como autora ou como ré. Principalmente, na área fiscal o Judiciário federal tem sido grande aliado do Tesouro, pois só em 2009, as varas de execução arrecadaram R$ 9,7 bilhões em cobranças.

Mas uma segunda força dos magistrados está em uma deflagração de greve, hipótese que será debatida em assembléia marcada para o dia 24 de março. O projeto de revisão número 7.749, enviado ao Legislativo em agosto de 2010, dispõe sobre o subsídio de ministro do STF, que orienta o reajuste dos vencimentos de toda a magistratura.

Segundo os juízes federais, o índice de 14,79% representa o acúmulo do IPCA de 2009 (4,31%), da projeção do Governo para o ano de 2010 (5,2%) e do resíduo inflacionário de 4,60% remanescente do reajuste concedido pela Lei12.041/2009.

E é por isso que eu digo que enquanto eles brigam pelo banquete, o “verdadeiro trabalhador” continua com as migalhas.

Pare o mundo que eu quero descer!

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