quarta-feira, 14 de maio de 2008

Paraibano leva prefeitura de Nova Iguaçu
às páginas policiais
Lindberg Farias é investigado e tem muito para explicar




NOVA IGUAÇU, Rio – O paraibano Lindberg Farias, prefeito de Nova Iguaçu, está sendo denunciado pela ex-secretária de Recursos Humanos, Lídia Cristina Esteves, de organizar um suposto esquema de corrupção na administração municipal para tentar se manter no poder. As denúncias foram publicadas na revista “IstoÉ”. Segundo a “IstoÉ” em fitas gravadas, assessores e ex-assessores acusam Lindberg Farias de ter montado um grande esquema para beneficiar empresas que financiaram sua campanha política. O prefeito é acusado também de ter pago propina a funcionários, conduzindo licitações viciadas, além de ter oferecido cargos e dinheiros a vereadores em troca de apoio político.

O Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro, o Ministério Público Federal e o Ministério Público do Trabalho estão investigando também várias ações suspeitas que teriam sido executadas pelo prefeito na Prefeitura de Nova Iguaçu. Um dos assessores, Jaime Orlando, ex-presidente da Comissão de Licitação, diz que Lindberg “tratava as coisas e ele é que tinha que se virar para atender”.
De acordo com denúncias feitas a Justiça, um dos casos mais graves teria ocorrido na área de educação. Há alguns meses, a Secretaria de Educação de Nova Iguaçu foi denunciada pelo Ministério Público Estadual por causa de uma licitação superfaturada para compra de merenda escolar em 2006. Esta denúncia provocou o afastamento da secretária de Educação, a vereadora Marli de Freitas, e do presidente da Comissão de Licitação da Prefeitura, Jaime Orlando. Esse fato levou o MPE a determinar o bloqueio das contas e a indisponibilidade dos bens de Marli e de Orlando. Na área de educação também ocorreu outro caso polêmico: a contratação do Instituto Paulo Freire para elaborar o arcabouço pedagógico do Programa Bairro-Escola, carro-chefe do prefeito na área de educação.

Conforme as denúncias, a responsável pelo programa era a mulher do prefeito, Maria Antônia Goulart. A ex-secretária de recursos humanos da prefeitura Lídia Cristina Esteves “diz que havia desvio de dinheiro do programa para o prefeito e sua mulher”. O convênio da ONG com a prefeitura custa aos cofres municipais R$ 800 mil por ano.

O Ministério Público também investiga irregularidades na Secretaria de Saúde do município. Lindberg Farias ainda responde a duas ações civis por improbidade administrativa na Justiça fluminense, proposta pelo MP do Rio de Janeiro. Uma delas refere-se à contratação de uma militante do PT de Belém, Valéria da Cunha Santos, para um cargo inexistente na prefeitura. Existem ainda oito investigações, civis e criminais, na Procuradoria Geral da Justiça do Rio.

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