sexta-feira, 30 de maio de 2008

ACONTECEU
no
BRASIL
Liberação do uso de embriões
dá tranqüilidade para pesquisas

Cadeirantes foram ao STF para sessão que decidia
sobre células tronco embrionárias





BRASÍLIA – Foi feito justiça. O aval às pesquisas científicas com células-tronco embrionárias, concedido ontem pelo STF (Supremo Tribunal Federal), dá tranqüilidade aos cientistas para a realização desses estudos, segundo especialistas. O STF nunca chegou a proibir esses testes, mas muitos profissionais ficaram receosos em continuar com os procedimentos, em razão do impasse jurídico.
“Houve uma desaceleração. Alunos de pós-graduação, e até mesmo eu, ficamos receosos em investir em uma carreira que corria o risco de ficar ilegal”, afirmou o neurocientista Stevens Kastrup Rehen, professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), que coordena um dos primeiros laboratórios nacionais a ter sucesso no cultivo dessas células.

As células-tronco embrionárias são consideradas esperança de cura para muitas das doenças mortais mais freqüentes. Elas podem se converter em praticamente todos os tecidos do corpo humano. Entretanto, o método de sua obtenção é polêmico, já que a maioria das técnicas implementadas nessa área exige a destruição do embrião.

Para o ex-procurador-geral da República Cláudio Fonteles, que propôs a ação contra as pesquisas com células-tronco, o embrião pode ser considerado vida humana e esse foi um dos argumentos utilizados por ele para pedir a inconstitucionalidade do artigo 5º da Lei de Biossegurança.

Na visão de Rehen, a aprovação das pesquisas também deve elevar o investimento na área, tanto pelos governos, quanto pela iniciativa privada. O grupo do pesquisador estuda, desde 2005, o uso de células-tronco embrionárias para a cura do mal de Parkinson e de lesões medulares. O objetivo é produzir neurônios que possam ajudar nessa cura.

O ministro José Gomes Temporão (Saúde) comemorou a decisão do STF. “As pesquisas de células-tronco abrem inúmeras possibilidades para encontrarmos respostas para doenças que não têm tratamento hoje. O resultado permite à ciência brasileira assumir uma nova posição no cenário internacional”, afirmou o ministro em comunicado.

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