quinta-feira, 22 de maio de 2008


Façam o que eu digo, mas não façam o que eu faço

Gerson Tavares


O dinheiro público é mal usado até pelos órgãos que deveriam fiscalizar e neste caso, está o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro que no ano passado, custou 301 milhões de reais aos cofres públicos. O salário médio no TCE chega à casa dos onze mil reais. Só para se ter uma idéia do valor desse salário médio, a Petrobras, que tem um nível de salário alto para a média brasileira, o funcionário de nível superior ganha quatro mil e quatrocentos reais. Uma diferença considerável. Já que falamos de salário do brasileiro, segundo números do IBGE, em março, um cidadão normal de nível superior recebia um mil cento e oitenta e oito reais.

Será que nós, cidadãos normais, não temos as mesmas necessidades que esses “anormais” do TCE? Será que eles comem mais, têm um maior número de filhos, seus carros gastam mais combustível? Não, acho que não é por aí. A verdade é que se eles que têm o dever de fiscalizar os cofres públicos, se eles têm que ver quem está gastando certo o “nosso” dinheiro, não poderiam nunca estar sob suspeita e com todos esses gastos inclusive com salários altíssimos.

Como poderão esses senhores falar que alguém errou? Como dizer que “fulano” gastou de mais, se eles são os primeiros a gastar e gastar muito? É daí que vem aquele velho ditado: “botaram raposa para tomar conta de galinheiro”.

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