APÓS DECLARAR QUE JUSCELINO
FOI
ASSASSINADO, COMISSÃO
MUNICIPAL DA VERDADE PEDE
INTERVENÇÃO DE DILMA
Gerson Tavares
Depois que descobriram
este filão para dar mais “dividendos” aos apadrinhados, foram surgindo umas
“comissões de mentirinha” e quase todas as Câmaras estaduais espalhadas pelo
Brasil e para não perder o “bonde do mal”, também as Câmaras de vereadores
foram formando comissões que são verdadeiras “comessões”.
Então, para mostrar
serviço e justificar a “comessão”, a Comissão Municipal da Verdade Vladimir
Herzog, instalada na Câmara Municipal de São Paulo, quer que Dilma Rousseff
declare oficialmente que o ex-presidente Juscelino Kubitschek, que governou o
Brasil de 1956 a 1961, não morreu em decorrência de um acidente, mas sim,
declare que o “JK” foi assassinado.
Em ofício enviado à Dilma,
os vereadores solicitam que ela, 'a presidente', “determine as medidas e as
providências necessárias com a finalidade de alterar a causa oficial da morte
do ex-presidente da República e de seu motorista, e, em nome da história do
Brasil, da verdade, da memória e da justiça, proclamar oficialmente os
assassinatos de Juscelino Kubitschek e Geraldo Ribeiro”.
Esta solicitação dos
vereadores tem como base um relatório de trinta páginas, que foi produzido por
eles mesmos, no qual afirmam terem reunido “dezenas de indícios, evidências,
testemunhos e provas” suficientes para concluir que “a versão oficial de
acidente automobilístico foi forjada na ditadura militar”.
Claro que eles se
referem aos fatos ocorridos em 22 de agosto de 1976. Eu até já falei aqui, que
passei pelo local logo após o acidente sem saber, a princípio, que se tratava do carro do velho e bom “Nonô”. Um acidente como tantos que aconteciam na Via Dutra, só que ali estava
uma das figuras da nossa política. Depois de ver o que havia acontecido, segui
meu caminho para São Paulo, onde me esperava mais uma semana de trabalho na
velha e saudosa TV Tupi.
Naquele dia, Juscelino
embarcou num Opala em São Paulo e pegou a Rodovia Presidente Dutra, rumo ao
Rio. Não chegou ao destino. Segundo apurações policiais feitas na época, na
altura do município de Resende, ao tentar ultrapassar um ônibus, aconteceu um
“chega pra lá” e o Opala passando sobre o canteiro e colidiu com uma carreta.
Morreram o presidente e seu motorista e amigo Geraldo Ribeiro.
Aí vem o “sonho de
desforra” da comissão e então eles colocam hoje que como Juscelino era temido
pela ditadura militar, pela sua popularidade, desde o primeiro dia foram
levantadas dúvidas sobre o acidente.
Para estes, “sempre” se
aventou a possibilidade de atentado. Em 1996 chegaram a exumar o corpo de
Ribeiro, em Belo Horizonte, para examinar um fragmento metálico localizado em
sua cabeça na época do acidente. A perícia concluiu que era um prego do caixão.
Em 2001, uma Comissão Externa da Câmara dos Deputados analisou o caso e
concluiu: “Por mais que se exercite a imaginação e a criatividade, não se
consegue encontrar um argumento sólido, balizado, lógico e técnico que possa
apoiar a tese de assassinato”.
Mas, como quem quer
culpar alguém não encontra limites, no ano passado a Comissão da Verdade
Municipal voltou ao caso “já com uma bala na mão”. Uma vez que a história da
morte de JK também é objeto de análise da Comissão Nacional da Verdade, os
vereadores justificaram a investigação afirmando que Juscelino embarcou em São
Paulo. E é aí que pergunto: O que tem a haver o anus com a calça?”.
Então a comissão
municipal resolveu se basear, sobretudo em depoimentos que eles estão coletando
e concluíram que o motorista foi “atingido por um tiro segundos antes do
acidente”. Assim eles querem dizer que o objeto em seu crânio não seria um
prego, mas um projétil de arma de fogo.
O Relatório JK, como
foi denominado, também foi enviado ao presidente do Supremo Tribunal Federal,
Joaquim Barbosa, ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e ao atual
coordenador da Comissão Nacional da Verdade, Pedro Dallari.
E mesmo com a família
de Geraldo Ribeiro falando do desrespeito aos mortos, esta “comessão” quer
exumar os corpos mais uma vez e que se não satisfizer as suas intenções poderá não ser a última. Ela não sossega, afinal, isso sempre rende “uma grana” por
fora.
Depois de tudo isso, só
gostaria de saber quem foi aquele “atirador de elite” que conseguiu atirar em
plena madruga, exatamente na cabeça de um motorista que vinha pelo menos a 90
quilômetros por hora em uma curva da estrada e no momento de uma ultrapassagem.
Quer saber? Vão todos
para a “casa do carvalho”!
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