E as eleições chegando com suas falcatruas

Gerson Tavares

Estamos na antevéspera das eleições de 2012, quando todos os municípios brasileiros vão eleger seus prefeitos e vereadores. Como sou carioca e vivo no Rio de Janeiro, sendo que a capital do Estado é uma cidade muito visada sempre e agora então, como a cidade olímpica brasileira, já que em 2016 será aqui que os países estarão reunidos na luta pelas medalhas, me retratando no Estado do Rio de Janeiro estarei falando de um todo do Brasil.

E o que chamou muito a minha atenção nessa campanha foi exatamente o atual prefeito da cidade do Rio, o Eduardo Paes, que fez uma campanha pra lá de milionária. Para que possam entender, a cada dez carros de propaganda que passavam pelas ruas dos bairros da cidade, oito eram do Eduardo Paes. Na propaganda em televisão, e eu que conheço do “ramo”, Eduardo Paes gastou um dinheiro que daria para fazer propaganda para eleger um presidente da República.

Foi então que procurei ver os candidatos das prefeituras da região metropolitana do Rio, e vi, num dos menores municípios do Rio, Mesquita, que a propaganda também era de um disparate fora do comum. Um dos candidatos, Farid Abraão, que já foi prefeito de Nilópolis, um município colado a Mesquita, nesta eleição resolveu esticar os seus tentáculos para a vizinhança e se fez candidato do PDT, aquele partido que tem com presidente o Carlos Lupi, aquele mesmo que foi convidado a sair do Ministério do Trabalho por tantas “sacanagens” que lá fez. 

Mas voltando ao Farid Abraão, ele foi o candidato que dominou a campanha na cidade, com uma quantidade enorme de carros de som, com um derrame pelas ruas e até dentro dos jardins e quintais das casas, daqueles “santinhos” que não conseguiriam nem entrar no inferno, mas que são jogados “a rodo” pela cidade.

E como se não bastasse, o Farid Abraão no fim de semana passado, último fim de semana da campanha, resolveu inovar e jogou pela cidade milhares de “caixas de remédio” onde se lia: “Para nossa Mesquita, prefeito Farid Abraão. ‘alivio imediato’. O prefeito que faz”. E a propaganda estava "instalada" por todos os lados daquela "caixa de remédio" e quando as pessoas abriam, lá dentro estava uma “bula” com a propaganda bem mais detalhada e apelativa.

Tudo bem que é propaganda, mas o que eu estou querendo mostrar é o custo de tal material, já que foram milhares de caixas jogadas pela cidade, isso para completar o uso de centenas de carros de propaganda, galhardetes, bandeiras, placas e tome "santinho". E é aí que vem a minha revolta. Não sei quanto um prefeito das cidades do Rio e de Mesquita ganham de salário, mas com a propaganda que colocaram nas ruas, esses candidatos, Eduardo Paes e Farid Abraão, em quatro anos não irão recuperar nem um milésimo que gastaram. 

Sei que muita gente dirá que os empresários é que estão bancando a propaganda, mas por acaso esses empresários estão colocando o dinheiro na campanha pelos lindos olhos de Farid ou de Eduardo? Nem que eles fossem a Juliana Paes. Claro que não é por isso e mais claro ainda está que esse dinheiro vai voltar para os bolsos dos empresários com juros e correção monetária e isso sem a menor cerimônia.

Então não seria hora de mudarmos a Lei Eleitoral e que cada candidato a um cargo executivo pudesse fazer sua propaganda gastando apenas dez, ou até vinte, para ser bonzinho, de tudo que ele irá receber “legalmente” durante o seu mandato de quatro anos? E claro, o que receber ilegalmente servirá para leva-los para a cadeia.

Por tanto, é hora de tomar uma atitude. Chega de ser roubado para pagar conta de campanha de "safardanas". E é bom dizer que cada empresário, quando recebe de volta o seu dinheiro que foi gasto em campanha, recebe pelo menos mil vezes o que gastou para poder dividir com o seu candidato.

E não digam que não é assim, porque é sim mesmo.