Cientistas e sindicalistas pedem a Dilma para

 vetar texto do Código Florestal

Gerson Tavares

Dilma sentiu que começou o cerco a se fechar, desde que cientistas, sindicalistas e sem-terra encaminharam cartas à presidente da República, Dilma Rousseff, pedindo para que seja vetada a medida provisória que trata do Código Florestal.

Foi na quarta-feira da semana passada que a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e a Academia Brasileira de Ciências entregou ao governo um documento assinado em conjunto, onde afirmam que a MP 571/2012, com o texto aprovado recentemente no Congresso, representa muito mais retrocessos e riscos para o País.

Já na quinta-feira foi a vez da Central Única dos Trabalhadores, a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, o Movimento dos Sem Terra e outras organizações ligadas à questão agrária, que também divulgaram uma carta que foi encaminhada à Presidência da República, solicitando que não seja homologada a Medida Provisória. Diz a carta das entidades, que como está, o texto da MP só protege os latifundiários grileiros e especuladores, aqueles nada produzem sobre a terra.

Parece até coisa orquestrada, mas nas duas cartas entregues ao governo, as criticas caem sempre na alteração do texto anterior da MP que permitiu estender a grandes propriedades benefícios que haviam sido concedidos apenas aos pequenos.

E só para que possamos ter uma ideia de como está sendo tratado o assunto pelas entidades, a carta dos cientistas, uma carta mais longa e detalhada que a dos trabalhadores, tem um final que diz bem o pensam aqueles que gostariam de ter um governo mais firme: “Senhora Presidenta, se queremos um futuro sustentável para o País, se queremos promover o desenvolvimento do Brasil, se queremos que a agricultura brasileira perdure ao longo do tempo com grande produtividade, que minimizemos os efeitos das mudanças climáticas, que mantenhamos nosso estoque de água, essencial para a vida e para a agricultura, que protejamos a rica biodiversidade brasileira, temos que proteger nossas florestas. Portanto solicitamos que a Presidência da República e o governo federal atuem no que estiver ao seu alcance, para que a MP 571/ 2012, aprovada pelo Senado Federal, não se concretize”.

Assim, é hora da “dona” Dilma pensar um pouco no povo, porque povo ordeiro é aquele que vive tranquilo.