segunda-feira, 22 de outubro de 2012


Cotas, apenas cotas e nada mais

Gerson Tavares




Estamos vivendo um momento neste "Brasil de Meu Deus", que quando não temos solução para resolver um problema, apelamos para a “Lei das Cotas”, essa famosa lei que inventaram para “tapar o sol com a peneira”.

E foi a presidenta Dilma Rousseff que falou na segunda-feira passada, por tanto há uma semana, que o decreto que determina a reserva de metade das vagas de universidades e institutos federais para alunos de escolas públicas, negros e índios contribui para saldar uma dívida histórica do Brasil com os jovens pobres. A regulamentação da chamada Lei de Cotas foi publicada na edição daquela segunda-feira do Diário Oficial da União.

E Dilma resolveu que esse é o momento para tirar partido daquilo que poderá ajudar aos seus candidatos às prefeituras espalhadas pelo País que estarão com suas eleições indo para o segundo turno nesse próximo domingo.

Então ela falou: “Nosso objetivo, com essa lei, é ampliar o acesso às nossas universidades e aos nossos institutos federais para os jovens das escolas públicas, para os negros e para os índios. Essas universidades e os institutos estão entre os melhores do país e, muitas vezes, as pessoas vindas das escolas públicas têm dificuldade de ter acesso à universidade pública”. Mas esqueceu de falar a “dona” Dilma, que a maior dificuldade daqueles alunos, não está no fato de ser aluno de escola pública, na cor da pele ou na sua etnia e sim no franco ensino que é ministrado nas escolas que o governo reservou para eles. Então seria hora de olhar para “as escolas públicas” com mais interesse, seja ela para negro, indígena ou lá o que seja.  

E foi dentro do programa semanal “Café com a Presidenta” que ela destacou que as universidades e os institutos federais terão quatro anos para implantar a Lei de Cotas de forma integral, mas que os processos seletivos para matrículas em 2013, ano em que o governo petista já precisa oferecer uma reserva de vagas de 12,5%. E mais uma vez abro parênteses para as palavras da presidente, e não, para a “presidenta”: “É bom ressaltar que a lei vale para todos os cursos, inclusive, aos mais procurados, como medicina e engenharia, por exemplo”.

Pois é aí que mora o perigo. Imaginem que esses alunos das escolas públicas que vão sendo aprovados, ano após ano, sem o conhecimento necessário para aprovação e chegam à faculdade sem uma prova de avaliação dos seus conhecimentos. Pois esses mesmos alunos vão acabar se formando sem estarem preparados para exercerem suas profissões. Afinal, se ele chegou até ali sem preparo, não vai ser ali que o mestre vai ser louco de não aprová-lo. No primeiro erro daquele médico, vai ser pela pobreza, pela cor ou pela etnia que ele será “julgado”.

Mas Dilma não está nem aí para o problema e então lembrou que o "Programa Universidade para Todos", o ProUni, é outra possibilidade de acesso às universidades federais, pois oferece bolsas de estudo parciais e integrais a pessoas de baixa renda. E Dilma falou que aquele que não for aprovado no ProUni, pode recorrer ao Programa de Financiamento Estudantil, o Fies, que financia as mensalidades de faculdades particulares.

Ainda segundo Dilma, atualmente 570 mil estudantes fazem cursos universitários em todo o país com o apoio do Fies, que também exige boas notas no Enem. E então tratou de dar um bom conselho: “Quero dar um conselho para os quase seis milhões de jovens que vão fazer as provas do Enem agora em novembro: que vocês peguem firme (sic) e estudem bastante, porque o Enem pode mudar a vida de vocês”.

Afinal Dilma, já é hora de você se definir... Eles devem estudar ou esperar as vagas por cotas cair do céu?

2 comentários:

Norma Fontes Dias disse...

Quando o governo descobriu essa 'negócio' de cotas, viu aí a solução para o problema de não ter condição de salvar a Educação. Enquanto a cota resolver o problema, ninguém precisa de boa escola e a Educação Pública vai ficando cada dia pior.
Mas não podemos esquecer que o PT cresceu com um cara que chegou a presidente quase que analfabeto.
Ensino para que se Lula não estudou. E assim vamos formando 'burros' que poderão também galgar a presidência um dia.
Belo Horizonte

Durval Zonta disse...

Essas cotas são verdadeiros absurdos. Mas o que fazer se as cotas rendem votos?
O governo sabe que essas cotas, somadas as bolsas, no final de cada ano par rende um bom número de votos.
E Lula não quer perder 2014, então Dilma tratou de montar esse esquema.
Brasília