Depois
do kit Haddad, vem o kit Serra
Gerson
Tavares
Depois
que o Serra lembrou o kit gay que o MEC de Fernando Haddad chegou a começar a
distribuir nas escolas de ensino fundamental e que a Dilma mandou recolher e
dar sumiço naquele material de ensino sexual às avessas, chegou a hora do
Haddad agora virar suas baterias para cima dos tucanos.
Isso
porque assim como aquele “kit gay" que foi produzido pelo Ministério da
Educação na gestão de Fernando Haddad e que foram lembrados por José Serra,
existe um "kit" correspondente que foi feito pelo governo do Estado
de São Paulo no mandato de José Serra. E pelo que dizem as más línguas, os dois
kits estão causando constrangimento para os dois candidatos à prefeitura
paulistana.
Claro
que as bancadas evangélica e católica no Congresso estão soltando a língua. Depois de conhecer o
conteúdo de um dos cinco vídeos que integravam o pacote preparado pelo MEC em
2011, foram eles os causadores do veto da presidente Dilma Rousseff. Nesse
vídeo é mostrado o personagem de um adolescente que se interessa por garotos e
garotas. Nos instantes finais do vídeo, o narrador diz: "gostando dos
dois, a probabilidade de ele encontrar alguém por quem sentisse atração era
quase 50% maior. Existem duas vezes mais chances de encontrar alguém".
Como
qualquer cidadão, Serra também viu neste vídeo uma apologia à bissexualidade e
falou em "doutrinação".
Mas
o problema para Serra é que dois dos vídeos que compunham o material do MEC
também estavam incluídos no kit distribuído em 2009 pelo governo paulista e que
dedicava um capítulo à discussão da diversidade sexual e da homofobia em
escolas, Já outros se debruçavam sobre bullying, violência urbana e drogas.
E
para azar de Serra, além do material audiovisual, o conjunto montado em sua
gestão inclui uma cartilha. Em um dos trechos do texto dessa cartilha, está lá
escrito que "não se cura a homossexualidade em consultórios psiquiátricos
ou cultos religiosos".
E
isso está preocupando a equipe petista, porque mesmo assim a candidatura tucana
tem o apoio de líderes evangélicos cuja pregação inclui a suposta
"libertação" do homossexualismo via religião.
Foi aí que entrou a posição da professora de psicologia da educação da PUC-SP
Ana Mercês Bock. Para ela, os vídeos recomendados para uso em sala de aula não
têm "grosseria ou exagero". "Não dá para dizer que há incentivo
à bissexualidade, até porque (a orientação sexual) não é algo que se resolva de
repente".
Depois
desse trololó todo José Serra resolveu abandonar a discussão pública sobre o
"kit gay". Serra na quarta-feira, disse que nada iria responder sobre
o assunto e a sua equipe chegou à conclusão que este debate não beneficia o
tucano e que o tema contaminou a disputa eleitoral.
Mas
bem que poderiam os dois candidatos chegar também à conclusão que não deveriam
ter alimentado o assunto nas salas de ensino fundamental.
Chega
de incentivo.
Um comentário:
Um simples kit gay está fazendo tanto estrago na campanha do Serra, mas é só uma questão de aproveitar a oportunidade. O Haddad já está ganhando voto de evangélicos ao colocar o Serra no rol dos contra gay e agora ainda os gays estão com Haddad e nem se quer apertam a rosca.
São Paulo
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