terça-feira, 27 de dezembro de 2011


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Morador de rua vira trovador das notícias da Esplanada
O morador de rua, Rivanor de Sousa, na Esplanada dos Ministérios

Esta é a verdadeira “História do Brasil”. História de um brasileiro que só quer ser reconhecido como cidadão. Mas esta também é a estória de uma parcela enorme de brasileiros que estão vivendo à margem de uma sociedade elitista e covarde.

O morador de rua de Brasília, o Rivanor de Sousa, de 47 anos, está fazendo literalmente o seu papel de cidadão e tem se encarregado de espalhar pela Esplanada dos Ministérios as suspeitas de irregularidades contra auxiliares da presidente Dilma Rousseff.

Falando sempre em voz alta, Rivanor percorre as portarias dos Ministérios e de forma clara e minuciosa, denúncias as “falcatruas” daqueles que deveriam ser exemplos de retidão.

E Rivanor já está fazendo com que outras pessoas que até então não tinham acordado para os problemas, se liguem em suas explanações. José Expedito Ribeiro, de 53 anos, que é lavador de carros ali pela Explanada, diz com orgulho: "Muita coisa sei por ele".

Rivanor de Sousa tem celular e mora na rua, mas se mantêm informado por meio de jornais que encontra pelas ruas ou que são doados em bibliotecas.

Diz ele que saiu de Iranduba, a 22 km de Manaus, para Brasília em 2008 certo de que seria recebido pelo presidente Lula no Palácio do Planalto. Foram 16 cartas escritas e endereçadas ao Lula e teve todas elas respondidas. Isso fez com que ele pensasse que seria fácil encontrá-lo.

Quando chegou a Brasília bateram a porta em sua cara e não deixaram que ele chegasse nem perto do presidente Luiz Inácio da Silva. Rivanor conta tudo isso em um verdadeiro depoimento de vida e diz que ainda vai escrever um livro e já tem até o titulo: "Desvendando o enigma de um cidadão comum falar com o presidente".

E ele conta: “Deixei minha cidade, meu barraco, e vim lutar pela Amazônia, pelo planeta, pela vida. A Dilma está passando a função do Executivo para as ONGs. Tanto é que todos os escândalos que estão vindo a tona agora têm o envolvimento de ONGs. Sem dinheiro, fui morar na rua. Escolhi um local central perto de um posto da polícia. É difícil morar na rua. Tem muita coisa ruim. A maior parte da noite passo sem dormir. Obedeço a lei dos homens para conviver com os normais, que é o que se faz necessário.

Minha rotina começa às 9 horas. Tomo café num quiosque, sigo para um banheiro público onde tomo banho e parto em busca dos jornais novos ou do dia anterior que pego deixados para trás ou me são dados por uma biblioteca pública. Também recebo muita informação de servidores públicos que imprimem notícias da internet.

Enquanto tomo banho, carrego meu celular, que nunca tem crédito. Após ler os jornais vou a uma LAN house e peço para abrirem meu email. Só tem spam.

Só a polícia deu bola para mim até agora em Brasília: já foram 26 prisões por causa de participações em manifestações. Para chamar a atenção para o que estão fazendo com a floresta, me acorrentei em frente ao Palácio do Planalto, onde despacha a presidente da República.

Vocês se lembram dos 663 atos secretos? Por conta disso fui ao Senado e taquei fogo na Constituição em frente ao gabinete do José Sarney. O que aconteceu? Fui preso, e a segurança do Congresso foi reforçada.

O STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu arquivar uma investigação da Polícia Federal contra o Sarney e sua família. É o José Sarney inatingível pela lei.

A impunidade é um negócio muito sério. Me deixa triste. Eles fazem lá os desvios das verbas do nosso dinheiro já sabendo que a única coisa que vai acontecer é a perda do cargo.

O Lupi (se referindo ao jornaleiro Carlos Lupi, praga que o Brizola nos deixou) disse que só saía a bala (do Ministério do Trabalho, lembram), o Rossi, (Wagner Rossi) quando estourou o caso, já se afastou do Ministério da Agricultura dizendo que a família dele pediu para sair.
Quer logo sair fora para não desgastar o governo, sair da mídia e ficar com o dinheiro desviado, que sabe que não vai devolver.

O Cezar Peluso, na presidência do Supremo Tribunal Federal, disse que para ser preso a coisa tem que ser muito grave. Eu não sei qual é esse grave que ele fala.

Estou estudando as leis. Quero ser diferente da Dilma, que só obedece ordens. O Barack Obama fez aquela visita ao Brasil. Está interessado no pré-sal. Os países desenvolvidos nos dominam pela força ou pela diplomacia.

A Quarta Frota da Marinha americana estava desativada desde a Segunda Guerra e agora os americanos a reativaram e estão tomando conta daquela área do pré-sal.

Eu quero fazer um convite às potestades, aos principados para que possamos nos reunir e tratar de assuntos do interesse de toda humanidade. Estou convidando o papa Bento XVI, o Obama, a rainha Elisabeth e o príncipe Charles para uma reunião.

Quero ter assento na reunião das Nações Unidas que vai acontecer no Brasil em junho. Falar a essas pessoas que se isentam de impostos e de qualquer responsabilidade sobre o desequilíbrio climático por conta da destruição da Amazônia, do planeta e da vida.

Aprendi a ler aos 39 anos no programa Brasil Alfabetizado. Três meses de curso e escrevi uma carta para o Lula. A professora viu e me acusou: 'O senhor me enganou. Já sabe ler e escrever'.
Fui roceiro, vendedor de peixe e trabalhei na prefeitura. Larguei tudo. Vim lutar pela Amazônia, pela vida”
.

Este é o Rivanor de Souza, um verdadeiro brasileiro. Ele está lutando por um povo que não está nem aí, mas ele está fazendo a sua parte.

Vamos juntos com Rivanor. Vamos fazer com que esse Brasil volte a ser nosso, de todos os brasileiros, e não só dos políticos corruptos que estão aí mandando e desmandando.

Vamos à luta se preciso for, mas como está não pode continuar.

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