segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Não há limite para eles




Gerson Tavares


Estava na quinta-feira passada por volta das 17 horas diante da televisão e resolvi dar uma “sapeada” pelos canais abertos de TV. No Rio de Janeiro, o canal 9 e a CNT, uma emissora com sede no Paraná e que na terra carioca tem uma programação sem grandes brilhos.

Mas naquele horário, 17 horas, lá estava um programa de audiência, já que é um programa voltado ao famoso “engana bobo”. É o programa da “Igreja Mundial do Poder de Deus”, que tem como líder um dissidente da igreja do Edir Macedo, o “apostolo” Valdemiro Santiago, que, lógico, depois de aprender os macetes com o “papa da reprodução monetária”, montou sua própria “maquina de fazer dinheiro.

Mas lá estava um dos “bispos” da igreja, não sei se o Roberto Santana ou se Josivaldo Batista, já que eles são muito parecidos e que copiam a voz e o modo de falar do Valdemiro, o que prova que a técnica do “chefão” é certa, e lá estava um dos “bispos” fazendo suas pregações.

E foi aí que eu me interessei pelo assunto, quando vi que “bispo” primeiramente estava “cobrando” a “caixinha de Natal”, do mesmo modo como fazem aqueles que trabalham no comercio e colocam sobre o balcão a "caixinha" para arrecadar a ajuda para comprar o bacalhau e o vinho.

Sim, porque só posso chamar assim, "caixinha de Natal", o que ele falava. Dizia o “bispo” que quando o cristão for pagar o dizimo deste mês, ele tem que dar em dobro, se ele ganha mil reais e o dizimo é cem reais, neste mês ele tem que dar duzentos reais. Só pode ser a “caixinha de Natal” do “bispo”, acho eu, porque ele não pode nem falar que é o dizimo do décimo-terceiro salário porque deste o “cristão” também paga o dizimo.

Mas o dinheiro é do “pobre cristão” e quem dá o que é seu, ninguém tem nada com isso, aliás, isso sempre era dito pelo saudoso Jorge Lafon, mas outras coisas que eu ouvi no programa foram me deixando invocado. Fico pensando como o Ministério Público ainda não se ligou nos absurdos eu ali acontecem e ninguém fala nada.

O tal “bispo”, que não sei se era o Roberto Santana ou o Josivaldo Batista, começou a chamar “fieis” que já estavam estrategicamente colocados no recinto, para darem seus testemunhos.


Primeiramente veio uma senhora bem idosa, e que ia repetindo tudo aquilo que ele perguntava, mas já dando o enfoque da resposta. Então ele perguntou: “A senhora estava com dor de cabeça?” E ela respondeu: “Estava”. E ele, depois de mais algumas perguntas, deu a cartada final: “E agora, depois que eu levantei minha mão sobre a sua cabeça a dor passou?” E a resposta foi rápida: “Passou”. E o espanto tomou todos de assalto quando ele curou a dor de cabeça com uma simples levantada de mão e ainda fez sumir um caroço que aquela senhora tinha do lado do tórax e que nem havia mencionado. Foi então que ele mandou que ela repetisse “Glória a Deus” e ela e todo os fie gritavam: "Glória a Deus", “Viva a Deus”. Tudo isso, quase que em transe coletivo.

Mas isso não contentava o “bispo” e ele virou-se para o outro lado e lá estava um senhor que também havia passado por "alguns" milagres. Então novamente o “bispo” perguntou se ele havia se curado ali, naquele momento e ele disse que sim. “Qual o mal que o afligia?” E a resposta foi que uma hérnia foi curada naquele momento e ele que tinha a vista turva e quase nada enxergava, passou a enxergar normalmente naquele momento. E o “Viva a Deus” começou a ecoar pela nave daquela igreja.

Mas foi aí que um pobre menino, levado pela mão da própria mãe, ficou curado ali, diante das câmeras de um mal que ele sofria nos rins, desde que ainda era um simples feto no útero daquela mãe. O pior é que o menino até agora deve estar sem saber o que foi fazer naquele lugar.

E foi aí que eu resolvi que não dava mais para ver tantas “babaquices”. É uma verdadeira “lavagem cerebral” o que vem acontecendo pela televisão e as autoridades não estão nem aí. Eu posso falar porque como já falei aqui há uns dias atrás, já mostrei na própria televisão que o povo é crédulo e acredita nas mentiras, mas já é hora das autoridades darem um basta nessa “sacanagem”.

Cadeia para os bandidos, cadeia para os políticos corruptos, mas também cadeia para esses aproveitadores da pobreza de espirito de um povo.

Alô Ministério Público!... Já é hora de ir atrás desses "safardanas".

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