sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Ninguém é de ninguém





Gerson Tavares


O desrespeito é total nesse país. São ministros que roubam na maior cara-de-pau e ainda tiram onda, são políticos que usam seus cargos eletivos para negociarem vantagens, é presidente que só toma atitude depois de muito pressionada, enfim, uma “Babel”.

E vendo tudo isso acontecer lá no andar de cima, os cá da parte mais baixa do escalão se acham também no direito de fazer das suas. Por isso, no Rio de Janeiro, dois agentes penitenciários e outros dois suspeitos foram presos, na madrugada de quarta-feira com 75 kg de maconha e pelo menos 10 kg de cocaína, além de aparelhos eletrônicos, na Favela Vila Kennedy, na Zona Oeste do Rio. Só que depois ficamos sabendo que tudo aquilo tinha como destino, o Complexo Penitenciário de Bangu, também na Zona Oeste.

Entre os equipamentos eletrônicos apreendidos estão videogames, celulares, DVDs e chips, além de uma mini-refinaria para refixo de cocaica e todo esse material seria entregue a detentos do presídio.

Todos foram presos depois que agentes da Superintendência de Inteligência do Sistema Penitenciário (Sispen) conseguiram interceptar o carro onde eles estavam na Vila Kennedy, uma comunidade próxima ao presídio. E aí veio a dúvida: como esse material iria entrar no presídio se tudo que passa pelo portão é devidamente revistado?

E aí veio a novidade que nem o diretor do presídio conhecia, ou pelo menos disse não conhecer. Existe um portão lá no final do muro que segundo disseram, foi feito por moradores, que dá entrada ao presídio. E é exatamente por ali que entra de tudo, inclusive droga e armas.

Mas aqui fica outra dúvida: se entra de tudo, e quem sai por ali? Será que o preso também tem passagem livre?

Que a Segurança do Rio responda a mais essa pergunta. O povo quer saber.

2 comentários:

Domício Costa disse...

Só mesmo o Beltrame para colocar essa turma nas grades. Mas a culpa vem de longe, desde que um governador resolveu que a polícia tinha que tratar bandido de cidadão. Foi aí que eles se misturaram e hoje uma grande parte dos bandidos estão dentro da polícia.
Mas ainda ten=mos gente de bem que valoriza a nossa corporação de polícia.

Domício Costa
Rio de Janeiro

Heraldo Lofler disse...

É uma vergonha acontecer uma coisa dessa. Como a direção do presídio não sabe que existe essa passagem pelo muro?
É uma esculhambação. Não existe governo nesse Estado.

Heraldo Lofler
Rio de Janeiro