sexta-feira, 23 de dezembro de 2011


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Uma declaração de amor a natureza




Gerson Tavares


Hoje, antevéspera de Natal, não é dia de falar de política. É dia de falar coisas boas, de falar de alegrias, de felicidade. Mas também é dia de lembrar aquilo que se acompanha no dia a dia de nossa vida.

Por isso aqui vamos mostrar hoje um dialogo que aconteceu em um supermercado e que me chamou muito a atenção, não só pelo modo como aconteceu, mas também pelo raciocínio de uma “senhorinha de valor”.

Na fila do supermercado, o caixa diz uma senhora idosa: - A senhora deveria trazer suas próprias sacolas para as compras, uma vez que sacos de plástico não são amigáveis ao meio ambiente.
A senhora pediu desculpas e disse: - Não havia essa onda verde no meu tempo.

O empregado respondeu: - Esse é exatamente o nosso problema hoje, minha senhora. Sua geração não se preocupou o suficiente com nosso meio ambiente.

A educada senhorinha então respondeu: - Você está certo... Nossa geração não se preocupou adequadamente com o meio ambiente. Naquela época, as garrafas de leite, garrafas de refrigerante e cerveja, eram devolvidas às lojas. As lojas mandavam de volta para a fábrica, onde eram lavadas e esterilizadas antes de cada reuso, e eles, os fabricantes de bebidas, usavam as garrafas, umas tantas outras vezes.

Realmente não nos preocupamos com o meio ambiente no nosso tempo. Subíamos as escadas, porque não havia escadas rolantes nas lojas e nos escritórios. Caminhávamos até o comércio, ao invés de usar o nosso carro de 300 cavalos de potência a cada vez que precisamos ir a dois quarteirões.

E continuou a senhorinha: - Mas você está certo. Nós não nos preocupávamos com o meio ambiente. Até então, as fraldas de bebês eram lavadas, porque não havia fraldas descartáveis. A secagem das roupas era feita por nós mesmos, não nestas máquinas bamboleantes de 220 volts. A energia solar e eólica é que realmente secavam nossas roupas. Os meninos pequenos usavam as roupas que tinham sido de seus irmãos mais velhos, e não roupas sempre novas.

E ela não parou por aí: - Mas é verdade... Não havia preocupação com o meio ambiente, naqueles dias. Naquela época tínhamos somente uma TV ou rádio em casa, e não uma TV em cada quarto. E a TV tinha uma tela do tamanho de um lenço, não um telão do tamanho de um estádio. E depois, como será descartado aquele trambolho? Na cozinha, tínhamos que bater tudo com as mãos porque não havia máquinas elétricas, que fazem tudo por nós. Quando embalávamos algo um pouco frágil para o correio, usamos jornal amassado para protegê-lo, não plástico-bolha ou pallets de plástico que duram cinco séculos para começar a degradar. Naqueles tempos não se usava um motor a gasolina apenas para cortar a grama, era utilizado um cortador de grama que exigia músculos. Mas o exercício era extraordinário e nem era preciso ir a uma academia e usar esteiras que também funcionam a eletricidade.

E a senhorinha não parava de dar razão ao pobre rapaz: - Mas você tem razão... Não havia naquela época preocupação com o meio ambiente. Bebíamos diretamente da fonte, quando estávamos com sede, em vez de usar copos plásticos e garrafas pet que agora lotam os oceanos. As canetas nós recarregávamos com tinta umas tantas vezes ao invés de comprar uma outra. Para barbear, usávamos as navalhas, ao invés de jogar fora todos os aparelhos 'descartáveis' e poluentes só porque a lamina ficou sem corte. Na verdade, tivemos uma onda verde naquela época. Naqueles dias, as pessoas tomavam o bonde ou ônibus e os meninos iam com suas bicicletas ou a pé para a escola, ao invés de usar a mãe com o seu carro ou um serviço de táxi 24 horas. Tínhamos só uma tomada em cada quarto, e não um quadro de tomadas em cada parede para alimentar uma dúzia de aparelhos. E nós não precisávamos de um GPS para receber sinais de satélites a milhas de distância no espaço, só para encontrar a pizzaria mais próxima.

E para fechar o assunto com chave de ouro, aquela sábia senhorinha falou: - E então? Não é risível que a atual geração fale tanto em meio ambiente, mas não quer abrir mão de nada e nem sequer pense em viver um pouco como na minha época?

Isso foi só uma "aula de cidadania" em um dia voltado à reflexão. O ser humano fala tanto em meio ambiente, mas nós não sabemos ocupar o espaço em nosso ambiente.

Por tudo isso,

FELIZ NATAL!

5 comentários:

Hubbert Kurtz disse...

Grande sacada para vespera de Natal. Hoje todos falam em natureza, mas não estão nem aí para ela.
Chegamos a um ponto onde o desmatamento é o menos pior que pode acontecer contra a "pobre natureza".
As pessoas falam em natureza e nem sabem do falam. Exploram ao máximo o meio ambiente e ainda falam que defendem a natureza.
Mas esta senhora idosa, essa sim, sabe como defender o mundo.
Mas esse tempo já passou e hoje "salve-se quem puder".

Passo Fundo

Alice Sorriento Braga disse...

Gostei da estórinha dessa senhora que mostra a todos o que é ser defensora da natureza.

Parabéns pela lembrança que você dedicou a todos nós nessa época de reflexão.

São Paulo

Gilberto Borges disse...

Esta é uma verdadeira declaração de amor à Natureza. Parabéns pela publicação.
Uma boa lembrança para uma data tão especial.

Salvador

Vania Faria Mendes disse...

Os idosos são sábios e nó temos que nos render aos seus ensinamentos.

Nós hoje falamos muito em preservar a natureza porque sabemos as desgraças que estamos fazendo.

Viva a "Sabedoria".

São Paulo

Michel Dumas disse...

Grande senhorinha... Ela tem toda a razão para esculhambar com as pessoas de hoje, que se acham cheias de conhecimentos, mas que só sabem mesmo fazer aquilo que não deve.

Poluidores somos nós.

Niteroi