terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Chamar de veado pode, mas só para pastor




Gerson Tavares


A Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal adiou a votação do projeto de Lei que criminaliza a “homofobia”. Foi a própria Marta Suplicy quem propôs empurrar a votação para 2012, já que este adiamento será usado para “buscar um acordo”, mas pelo que deu para notar, foi mesmo por medo de uma derrota que levaria ao arquivamento do projeto.

E esta segunda hipótese é bem mais provável, tanto por mostrar a derrota iminente do projeto quanto por apresentar o adiamento como uma manobra escusa do Governo para prolongar a sobrevida da ameaça dos gays, a despeito de toda a oposição da população brasileira.

Marta pediu adiamento antes de qualquer discussão. Diziam que Marta Suplicy teria feito um acordo com a CNBB sobre o projeto, mas era só mais uma mentira, já que a assessoria de imprensa da CNBB negou de imediato tal acordo. Mais tarde a Conferência publicou uma nota oficial de esclarecimento em seu site: “A presidência da CNBB não fez acordo com a senadora, conforme noticiou parte da imprensa. Na ocasião, fez observações, deu sugestões e se comprometeu com a senadora a continuar acompanhando o desenrolar da discussão sobre o projeto”.

Mas a realidade é que Marta Suplicy está propondo aumento de penas para crimes motivados por preconceito sexual e proíbe a homofobia no trabalho. Só que Marta está isentando os pastores e evangélicos de qualquer punição pelas pregações que são feitas a todo o momento por eles contra o homossexualismo.

Mas na verdade ela só está querendo garantir os votos dos evangélicos que por acaso votem nela e no PT.

Agora vamos ver se entendi a ideia da Marta. Se eu chamar um cara de bicha, posso responder a processo e é um crime inafiançável, mas se um pastor chamar o cara de veado, tudo bem porque é uma “pregação”.

Quer saber? Vou fundar uma igreja e assim fico livre de responder a processos e ainda vou ter direito ao passaporte diplomático. Certo Crivella?

Um comentário:

Evandro Carlin disse...

É interessante essa divisão que a Marta Suplicy quer fazer. Pastor pode soltar os bichos nas bichas, mas se alguém brincar com algum veado vai em cana.
É muita sacanagem.
São Paulo