segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

“Balanço quase geral”




Gerson Tavares


Sexta-feira, antevéspera de Natal, e a presidente do Brasil, Dilma Rousseff entrou em rede de rádio e televisão para fazer um balanço do primeiro ano de seu governo. Mesmo faltando ainda oito dias para fechar o ano, Dilma tem quase que certeza que nenhum dos seus ministros que ainda resistem, irão fazer mais alguma “cagada” até 31 de dezembro e então o balanço foi fechado com pompas.

A Dilma então resolveu fazer o seu balanço, mas pesando praticamente só os prós, mesmo que eles não tenham existido. Então ela começou a falar do futuro, até porque, assim ela não se compromete e nem pode ser chamada de mentirosa. O que vai acontecer se acontecer como ela falou é prova que ela estava no caminho certo e se por acaso não acontecer, independeu do seu governo e foi culpa da crise internacional.
Ela falou da situação econômica do País e falou com o seu otimismo ferrenho, só esqueceu de falar que otimismo não paga dívidas. Ela disse que o Brasil está na contramão do mundo porque ele consegue crescer quando todos estão estagnados, mas ela se esqueceu de falar de Itamar Franco, que na verdade foi quem despertou essa onda de crescimento com o “Plano Real”, que, aliás, Lula, ela e todos que hoje estão aí se vangloriando da situação de calmaria econômica do País, eram e lutaram contra na ocasião.

E ela seguiu fazendo o balanço. Falava em inflação baixa, em queda de juros, geração de emprego e distribuição de renda, mas esqueceu de falar que nesta época do ano, os empregos temporários sempre são oferecidos mesmo e quanto à distribuição de renda, ela também se esqueceu de falar que exatamente dois dias antes do pronunciamento o seu governo havia barrado o aumento dos aposentados.

Dilma seguia com balanço, mas ela nunca chegava ao ponto que todos esperavam e ela não estava ali para falar de corrupção, aliás, o assunto que seus ministros entendem como ninguém. Mas ela quando ia falar do assunto, passava por perto, fingia que estava entrando no assunto e já entrava em outro.

Mas ela tinha e tem razão para fazer isso, afinal, quem, em menos de um ano de governo perde seis ministro por envolvimento com corrupção, não deve nem chegar ao assunto porque é o mesmo que dar um tiro no próprio pé.

E a Dilma fez o balanço. E quando falava da crise global, falou que “muito tempo atrás, quando boa parte do mundo progredia, o Brasil ficava parado, definhava em sua economia”. Foi então que me liguei e pensei: “já que ela falou em ‘à muito tempo atrás’, chegou a hora dela falar do Itamar”. Mas qual o que. Ela nem deu bola para o falecido.

Foi então que ela foi falar dos miseráveis. No balanço da área social ela afirmou que o seu governo conseguiu identificar 407 mil famílias extremamente pobres e que não vinham sendo beneficiadas. Eu esperei o desfecho do parágrafo com muita atenção e foi quando ela disse que 325 mil delas começaram a receber o “Bolsa Família” no primeiro ano de seu governo e que breve todas as outras estarão recebendo em 2012.

Ai eu pergunto e duvido que alguém tenha uma resposta decente para dar: “Se o governo Lula acabou com a miséria, se a Dilma ao assumir o governo, mais uma vez acabou com a miséria, onde estavam essas 407 mil famílias”? Só mais uma pergunta: “Será que quando o governo Dilma, em 2012 der o ‘Bolsa Família’ para essas 325 mil famílias, irão aparecer outras”?

Pelo visto, tanto Lula como a Dilma distribuíram “Bolsas” em casas erradas.

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