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E o povo aplaudiu

Gerson Tavares

Custei a falar sobre a violência do Rio de Janeiro, mas hoje me rendo à população daquela área em guerra. Uma área onde por muito tempo os bandidos mandavam e onde o morador honesto não tinha direito à escolha de vida.

Todos achavam que as autoridades não queriam dar o primeiro passo para a solução do problema, mas na veradade ela estudava tudo para dar o passo certo. E foi dando esse passo certo que encontrou o apoio da população que foi de imediato e isto ficou provado quando vimos o "Disque Denúncia" batendo todos os recordes de ligações.

E realmente quando foi traçado o avanço das tropas, ali estava o povo que viveu tanto tempo sob o jugo dos traficantes. Primeiro com a chegada da Polícia Militar, levando em sua equipe turma do Bope, não houve reação de contrariedade por parte daqueles cidadãos honestos que ali residem. Com a chegada dos Fuzileiros Navais em seus carros de combate, as pessoas já se sentiram ainda mais seguras e logo depois, quando chegaram os militares Paraquedistas, que é uma tropa de elite do Exército Brasileiro, a população já aplaudia e dava vivas, numa prova evidente que os traficantes nunca foram os “queridinhos” dessa população tão sofrida.

Mas lógico, que em qualquer comunidade tem aquele que não tem “peito” para ser bandido, mas está sempre do seu lado. E a prova veio logo, quando um dos moradores da comunidade foi até a delegacia fazer a ocorrência de roubo em sua casa. Trata-se de um pastor evangélico que denunciou que saiu da sua casa e um policial do Bope, em poucos minutos entrou na casa e roubou trinta e um mil reais, que ele iria levar para a Caixa Econômica na parte da tarde.

Mas como é bom analisar todos os fatos, vejamos: esse pastor recebeu esse dinheiro do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. Pelo que sabemos, ele recebeu esse dinheiro na Caixa Econômica e ele deixou em casa para exatamente naquele dia à tarde, depositar na “Caixa Econômica” novamente. Tenho certeza que aí tem “truta”. Quando toda a população da área está aplaudindo o trabalho da polícia e esse pastor, cujo nome é Ronai de Almeida Lima Braga Junior, é o único que reclama das Polícias e das Forças Armadas em incursão de paz entraram naquela comunidade, eu tenho certeza que ele sempre esteve a serviço dos traficantes.

E foi aí que o meu amigo “Zé Doidão” falou: “Desculpem-me os evangelhos, mas esse pastor é alemão”.