terça-feira, 19 de maio de 2009

Para Lulla, CPI é coisa que só serve
se for contra o adversário

Gerson Tavares

Quando o presidente Lulla, pouco antes de embarcar para mais uma viagem ao exterior, desta vez a China, Arábia Saudita e Turquia, falou que todos aqueles que acharam por bem a craição de uma CPI parta investigar as “mutretas” da Petrobras, “são irresponsáveis e pouco patriotas”, eu levei um susto.

Fiquei pensando se o “patriotismo” ao qual o Lulla se referiu é o mesmo patriotismo que eu conheço. Para mim, patriotismo é o sentimento de amor e devoção à pátria, aos seus símbolos como a bandeira, o hino, o brasão da República. É o amor ao seu irmão de nação, é amor ao torrão natal, este torrão já tão sacrificado pelos desmandos sesses mandatários sem moral que andam tomando conta do país. Só através de atitudes de devoção para com a sua pátria, pode-se realmente identificar um patriota.

Mas dá para notar o que Lulla chama de iresponsabilidade. Afinal, a Petrobras pode tirar dos recursos para a campanha de Dilma Rousseff, mais ou menos 363 bilhões de reais. Isso porque é mais ou menos essa importancia que a Petrobras poderá deixar de repassar para as obras do PAC, a maior cabo-eleitoral da Dilma para 2010.

A preocupação do governo é só por causa da propaganda política da Dilma e não porque a Petrobras está deixando de recolher impostos e contribuições, que aliás, segundo cálculos do Ministério da Fazenda, a estatal do petróleo já deixou de recolher R$ 4,3 bilhões desde dezembro passado aos cofres públicos.

A maior parte do dinheiro sonegado deveria estar financiando a recuperação das estradas do país, só que com o golpe, sem querer eles chamaram a atenção da área de fiscalização da Receita Federal e uma CPI foi pedida.

E para provar que a criação uma CPI da Petrobras tem fundamento, Lulla agora quer porque quer ficar com o comando da Comissão para uma “operação abafa”. O governo se viu frustrado na tentativa de retirar as seis assinaturas do requerimento de instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras, agora quer ter sua “tropa de choque” no comando para garantir mais uma “pizza”.

Afinal, “que tem, tem medo”.

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