terça-feira, 26 de maio de 2009

Lula e Wagner são vaiados na Bahia


Lula e Abdulaye Wade,
do Senegal,
durante visita à Bahia
Foto: Ed Ferreira



CACHOEIRA, Bahia – Parece que a coisa não está tão fácil como antes. Pelo menos foi o que deu para sentir ontem, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador baiano, Jaques Wagner (PT), em Cachoeiras, interior da Bahia, viram cenas pouco comuns em seus mandatos.

Eles foram vaiados por representantes de entidades sindicais de professores e de trabalhadores da Segurança Pública. O motivo principal dos apupos foi o mesmo: falta de concurso para contratar professores, escrivães e investigadores. Em uma das faixas empunhadas pelos manifestantes, a frase deixava clara a insatisfação: “Estudante autodidata não dá. Precisamos de professores já”.

Esta faixa era uma alusão ao motivo de os dois estarem na cidade histórica do Recôncavo Baiano. Eles foram lá para a inauguração das obras de restauração dos prédios do Quarteirão Leite Alves, que passa a dar espaço ao campus de Letras e Ciências Humanas da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), com capacidade para 2 mil alunos. O investimento nas melhorias no complexo de prédios, fundados em 1856 e que serviram, no século 19, como sede de uma fábrica de charutos, foi de R$ 7,961 milhões.

“Eu vi companheiros reclamando da falta de laboratórios, da falta de professor”, falou Lula. “É bom reclamar, mas é importante a gente ter clareza sobre o que está de fato acontecendo neste País. Pesquisem se tem um governo que tenha feito pelo menos 50% do que a gente já fez pela educação deste país”.

Foi aí que Lula aproveitou para voltar a desqualificar os governos anteriores. “Eu fico imaginando como as pessoas que governaram este país há 40, há 30 anos, eram perversas. Antes, universidade federal era coisa de capital. Agora, a gente faz uma aqui, depois vem um hotel, vem uma empresa, o que gera desenvolvimento descentralizado”.

Mas só que o presidente não sabe a qualidade do ensino. Quando protestavam, e levavam a faixa que dizia “Estudante autodidata não dá. Precisamos de professores já!”, eles queriam dizer que o importante é o “saber”. Mas talvez Lula não esteja preparado para entender o que é “saber”.

O presidente fez um discurso curto, de menos de 20 minutos, alegando estar com “problema na garganta”. “Talvez por ter falado, esta semana, em árabe, em chinês e em turco, minha garganta se enrolou”.

Esse “cara” é um brincalhão e ainda quer ser levado a sério.

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