PLANALTO PRECISA BLINDAR DILMA
Gerson Tavares
Depois que a “Veja”
jogou no ventilador, o Palácio do Planalto e o comando da campanha de Dilma
Rousseff à reeleição, montaram uma estratégia para descolar a presidente da
tentativa da oposição de associá-la à possibilidade de fraude na CPI instalada
no Senado para investigar irregularidades na Petrobrás. Claro que não é a
oposição que está colocando a Dilma no caso e sim, a Dilma está no caso, ou por
sua irresponsabilidade de assinar sem ver, ou por que está enfiada na
“cachorrada” até ao pescoço. Já que existe essa dúvida, a denúncia de que
depoentes da CPI receberam com antecedência as perguntas, como foi publicado
pela revista “Veja”, tudo foi desqualificado pelo Planalto.
Só que existe oposição
para representar a parte da população que quer a verdade, então, integrantes da
oposição, que neste caso tem a companhia de parte da base aliada, admitem que
essa situação vá levar à destituição do senador José Pimentel (PT-CE) da
relatoria da CPI.
O tucano Aloysio Nunes,
que é candidato à vice-presidente na chapa de Aécio Neves, falou do problema: “A
providência a ser tomada é o afastamento do relator que, até que se esclareça
esse assunto, está sob suspeita de ser um dos participantes da farsa”.
Claro que do lado do
Planalto, também tem gente “fabricando saídas” para o problema que eles
criaram. Após muitas reuniões e trocas de telefonemas, a Secretaria de Relações
Institucionais, chefiada por Ricardo Berzoini, divulgou nota para negar as
informações de “Veja”. Está lá, na revista “Veja” que Paulo Argenta, assessor
especial do ministério, teria sido um dos responsáveis pela preparação das
questões.
Estão, é ordem no
Planalto e na campanha de Dilma, bater na tecla da “disputa política” e da
“armação” engendrada pela mídia para tentar vincular a presidente a um
escândalo. O discurso oficial é que a CPI sempre foi um “assunto do Congresso”.
Segundo a revista,
integrantes do governo e senadores do PT treinaram depoentes da CPI, “vazando”
as perguntas que seriam feitas e combinando as respostas. Um dia antes do
depoimento de José Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobrás, ele e o
relator José Pimentel teriam acertado quais seriam as perguntas e respostas. O
mesmo esquema teria sido usado com a atual presidente da empresa, Graça Fortes,
e com Nestor Cerveró, ex-diretor da área internacional.
Não podemos esquecer
que a CPI foi criada após o jornal “O Estado de São Paulo” revelar que Dilma
votou favoravelmente à compra de 50% da polêmica refinaria de Pasadena, no
Texas, quando era ministra da Casa Civil e presidia o Conselho de Administração
da Petrobrás. Lembre-se que, ao jornal, Dilma informou que “só aprovou a
transação porque recebeu ‘informações incompletas’ de um parecer”.
Como ela mesma falou,
Dilma é no mínimo irresponsável, mas há quem garanta que ela é mesmo, a segunda
figura da “quadrilha petista”.
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