terça-feira, 19 de agosto de 2014

Adversários de Campos vislumbram ajustes na campanha à Presidência.


O MEDO ESTÁ PAIRANDO NO AR


Gerson Tavares






Integrantes das campanhas de Aécio Neves, do PSDB, e de Dilma Rousseff, do PT, avaliam que a provável entrada da candidata a vice de Eduardo Campos, Marina Silva, na disputa presidencial exigirá um ajuste nas campanhas.

A estratégia da campanha do candidato tucano vai dar uma grande guinada. Desde que Aécio se consolidou em segundo lugar nas pesquisas de intenção de votos, ele já vinha se concentrando em “olhar para cima e nunca para trás”, escolhendo sempre duelar com Dilma, que era a líder nas pesquisas, e encarando o PSB de Campos, em terceiro na corrida, quase como uma “carta fora do baralho”.

Só que no caso da Marina assumindo a cabeça da chapa, os tucanos acreditam que não só será impossível continuar “ignorando” a corrida da turma do PSB, pois já tem gente falando que a ex-ministra tem chances de desbancar Aécio do 2.º turno.

Muitos arriscam dizer que Marina já partirá de um patamar de 15 ou 16 pontos nas sondagens, bem à frente do ex-governador de Pernambuco. O número poderá ainda sofrer uma distorção para cima, avaliam, por conta da superexposição que Marina teve nos noticiários dos últimos dias.

Essa posição de dá pelo fato de Marina ser mais conhecida nacionalmente que Eduardo Campos e por já ter sido testada na eleição de 2010, quando conquistou cerca de 20 milhões de votos com menos de um minuto de TV. O pessoal de PSDB aposta que Marina poderá retirar não só parte dos eleitores do tucano, mas também, uma boa parcela do eleitorado de Dilma. E assim sendo. Esse cenário favoreceria a realização do 2.º turno sem a Dilma, já que é dela a maior rejeição entre os postulantes. Mas se por acaso a Dilma conseguir “comprar” mais votos com as “bolsas” que surgem a cada dia de sua campanha, a força de Marina pode ser suficiente também para tirar Aécio do segundo round eleitoral. Por isso, para tomar as próximas decisões, o PSDB vai ficar a espera dos movimentos do PSB. 

Diferentemente da Dilma, os primeiros programas de Aécio para o horário eleitoral, que começa hoje, não foram alterados. O motivo é que os filmes iniciais apenas apresentam Aécio como neto do ex-presidente Tancredo Neves, pai de família, marido exemplar, deputado constituinte e governador de Minas Gerais por dois mandatos. Portanto, a nova configuração política em nada afetará a narração da biografia do mineiro na TV.

Já a Dilma, que não tem nenhum grande nome na família para servir de exemplo, vai falar do funeral de Eduardo Campos.

Cada um luta com as armas que tem.  

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