segunda-feira, 27 de setembro de 2010

“Zé Doidão” sabe das coisas




Gerson Tavares





Sempre falo do meu amigo “Zé Doidão”, um “empresário” que vive no bairro Lote XV, ali no município de Duque de Caxias. Dono de uma Escola de Samba, a “E. S. Desunidos do Lote XV”, ele é presidente da escola, presidente da ala dos compositores e todo ano é o vencedor do samba enredo.


Também é dono e dirigente maior do "Clube Escondidinho do Lote XV". A equipe de futebol do clube é a menina dos olhos do “Zé Doidão”. Não vence um jogo desde a sua fundação, mas também nunca mandou técnico embora por causas das derrotas e muito menos por barrar jogador.


Mas a sua maior arte é falar. Tudo que o “Zé” fala é digno de uma análise profunda. Sempre que posso vou comer às sextas-feiras a melhor feijoada do Rio, lá no Bar do Domingos, na Rua do Acre, bem atrás do prédio de “A Noite”, onde fica a Rádio Nacional. Nesta sexta-feira passada não perdi a chance de saborear a feijoada do Domingos e ainda curtir o bom “papo” com o amigão “Zé Doidão”.


Como sempre a feijoada é regada a muita “loura gelada’ e as histórias e análises do “Zé” e desta vez o assunto era sobre o lançamento que irá acontecer amanhã do livro de Ignácio de Loyola Brandão, contando a vida de uma intelectual e ex-primeira-dama, Ruth Cardoso. Neste livro Ignácio de Loyola fala sobre a mulher que mesmo sendo uma coadjuvante do processo de governo de um país, assumiu muitas vezes o papel principal, tornando-se a protagonista mais aplaudida por todos aqueles que entendem de vida.


“Ruth Cardoso, fragmentos de uma vida” é o livro que Ignácio de Loyola Brandão irá lançar e onde ele sobre uma das quatro grandes primeiras-damas desse imenso Brasil. Lógico que entre as quatro, cada uma teve o seu destaque. Darcy Vargas tornou-se a mãe dos pobres durantes os governos de seu marido Getúlio Vargas. Já no governo Eurico Gaspar Dutra, segundo dizem, foi “Santinha” que teve o papel principal no fechamento dos cassinos. “Santinha”, era assim que o presidente chamava sua esposa e primeira-dama, Carmela Leite Dutra.


Depois veio a primeira-dama que marcou a chegada do Brasil ao planalto central. Sara Kubitschek, esposa do “Nono”, o presidente “bossa nova”, Juscelino Kubitschek. Depois desta, quis a vida que só no governo Fernando Henrique voltasse o Brasil a ter orgulho de sua primeira-dama. Antropóloga, com intensa formação acadêmica, Ruth Cardoso foi o símbolo da mulher brasileira por oito anos, um símbolo bem diferente de tudo que se vê hoje em dia.


E o assunto seguia sempre com alguém falando sobre fatos que estão sendo narrados no livro de Ignácio Loyola e o “Zé Doidão” ouvia atentamente a tudo até que resolveu dar o seu "pitaco". E abriu o verbo: “O Ignácio Loyola Brandão deve ter levado um bom tempo para escrever sobre a dona Ruth... Escrever sobre a dama das primeiras-damas não teve ter sido fácil... Ela tem é história... mas eu não vou perder a oportunidade não... O Ignácio Loyola me deu uma ideia que vou colocar em prática o mais rápido possível...”


Foi aí que eu perguntei: “Mas Zé... o que você está bolando?”. E a resposta foi rápida e rasteira: “Ora... Vou lançar um livro com a história da primeira-dama do governo Lula, a Marisa Letícia da Silva e já tenho até o nome do livro na cabeça...”. Eu, curioso com mais esta faceta do amigo “Zé”, perguntei o nome e o “Zé” foi rápido na resposta: “Marisa Letícia... a primeira-dama que nunca existiu” e continuou com sua explanação: “Faço um livro com uma bela capa, umas cem folhas em branco e pronto... a vida da primeira-dama Marisa estará ali... e quem comprar o livro ainda vai ter mais uma vantagem pois irá servir para caderninho de anotações”.


Foi aí que o Domingos resolveu baixar as portas e expulsou aquele bando de historiadores. Mas amanhã, não esqueçam que o Ignácio de Loyola Brandão esta lançando “Ruth Cardoso, fragmentos de uma vida”. Vamos conferir.

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