E o medo continua

Gerson Tavares

Não fui buscar lembranças do passado, mas já que a Dilma lembrou, não posso deixar passar esta chance de falar sobre o medo e a esperança. Na terça-feira passada a candidata do Lula à Presidência do Brasil, para criticar o seu adversário José Serra, falou sobre a veiculação de propaganda feita há oito anos quando a atriz Regina Duarte dizia que tinha “medo de mudança tão drástica no país”. Mais tarde, depois que Lula foi eleito, o PT usou uma frase para combater aquela: “A esperança venceu o medo!”.

Dilma lembrou 2002 para falar que José Serra esta usando a “tática do medo” quando disse que se a Dilma for eleita, o MST vai invadir. Mas esta não é uma opinião só de José Serra e sim de todos aqueles que conhecem esses “vândalos” que estão em campanha para ela. Quando os lideres dos “sem terra” vão aos acampamentos e pedem votos para Dilma aos seus seguidores, eles falam abertamente que só com ela poderão ter terras, que só a Dilma irá distribuir as terras dos fazendeiros entre que se consideram “desterrados”. Isto até por ignorância, já que ninguém ali foi retirado de sua terra e sim, não são proprietários de terras.

Deixando de lado essa “designação”, todos nós sabemos que muitas dessas promessas dos “lideres” são somente para “tomar na mão grande” o voto daqueles que se dizem “sem terra” e ao final das eleições, com vitória ou derrota de Dilma, se alguém vai se dar bem nessas invasões, este alguém são os lideres, já que são sempre eles que ficam com a melhor e maior parte das terras invadidas. É bem verdade que logo depois eles passam à frente em troca de um lucro que possa lhes dar uma vida mais tranquila no futuro.

Mas com “sem terra” ou com seguimentos “outros” que estão lutando pela Dilma, uma coisa ficou bem clara ao ouvir as declarações da candidata do Lula. Para falar que José Serra está usando a tática velha, sem querer ela falou que não está tão próxima assim do candidato tucano. Disse a Dilma: “José Serra está olhando no retrovisor e repetindo a estratégia que não deu certo em 2002”.

Ora, se ele está “olhando no retrovisor”, Dilma está atrás dele. Se ela assume que está atrás, como explicar essas pesquisas encomendadas pelos órgãos ligados ao PT?

Ai tem truta!