quinta-feira, 23 de junho de 2011

“Os miseráveis dos miseráveis”



Gerson Tavares



Manhã de "garoa paulista" em terras cariocas, uma quinta-feira, dia 20 de junho de 2011, dia de Corpus Christi. Este é um dia dos mais sagrados para os católicos. No domingo passado foi o dia da Santíssima Trindade, quando Deus nos chama a dividir, olhar mais pelos que menos têm. Por isso eu escolhi o dia de hoje para falar sobre a miséria.
Quando Lula era presidente do país ele já dizia ter erradicado a miséria do Brasil. Lula saiu, entrou Dilma e o discurso é que a miséria será mais uma vez erradicada no país. Não entendo bem como Dilma vai erradicar uma coisa que o “seu criador” já erradicou, mas como nada que o PT diz ou faz tem explicação, deixemos para lá.

Os dados do Censo de 2010 deu chance para que o governo aparecesse com novas ações do “Brasil sem Miséria”, que mais uma vez é o principal programa social da gestão petista. Mas foi olhando os mesmos dados, só que desta vez nas mãos de Dilma Rousseff, que tomei conhecimento daquilo que está contado nos mínimos detalhes onde vivem 8,5% dos brasileiros com renda familiar de até R$ 70.

E ali está claro que uma população estimada em dez milhões e meio de brasileiros, o equivalente ao Estado do Paraná, vive em domicílios com renda familiar de até R$ 39 mensais por pessoa, bem a menos que os R$ 70 tão falados pelo governo. São esses, os mais miseráveis entre os mais de dezesseis milhões de miseráveis, quase a população do Chile, que estão contabilizados pelo governo federal na elaboração do programa "Brasil sem Miséria", aquele mesmo que o Lula já implantou e resgatou todos os miseráveis, trazendo para a "classe média".

Mas mesmo assim, ainda hoje a estimativa dos que sobrevivem com até R$ 39 mensais per capita é a soma dos 4,8 milhões de miseráveis que moram em domicílios sem renda alguma e 5,7 milhões de moradores em domicílios com rendimento de R$ 1 a R$ 39 mensais. Estima-se que outros de 5,7 milhões vivem com renda entre R$ 40 e R$ 70 mensais por pessoa da família.

Mas não podemos ficar calados vendo que, assim como Lula lançou o “Brasil sem miséria” em seu governo, também no dia 3 de maio passado foi lançado como principal vitrine política do governo Dilma Rousseff, o “novo” programa que visa à erradicação da miséria ao longo de quatro anos e o pior, é que não tiveram nem o cuidado de mudar o nome do programa.
Para que tudo fique bem claro, para mostrar que nós estamos vivendo em uma época de enganação total, fomos “puxar” dados do próprio Ministério do Desenvolvimento Social com base no Censo 2010. Ali está escrito para qualquer um ver: há 4 milhões de domicílios miseráveis no País. Em 1,62 milhão daquele total vive famílias que não têm renda. Em 1,19 milhão de moradias a renda familiar é de R$ 1 a R$ 39 mensais per capita e em outro 1,19 milhão as famílias vivem R$ 40 a R$ 70.

E Deus chama a todos nós para dividirmos. Mas será possível alguém dividir se o próprio governo não trabalha para que isso aconteça? Já é hora desse governo parar com a politicagem, com pilantragem, com sacanagem, com roubalheira e passar a trabalhar sério.

Um comentário:

umberto disse...

Não podemos esquecer que o censo só passou em moradias. E essa turma que dorme debaixo dos viadutos, nas calçadas, debaixo das marquises, nas areias das praias.
Esses estão abaixo da miséria da miséria e vivem do pouco que conseguem de esmolas. Para esses não tem 'Brasil sem miséria' e nem se quer algum albergue.
Dilma, como Lula, faz muito é propaganda, mas o pobre está cada dia mais pobre, cada dia mais miséravel.

Desculpe-me, nas não dá para calar diante de tanta desgraça e eles, os políticos, se refestelando e ainda rindo do povo.

Acorda meu povo, acorda eleitor. Use seu voto para dar um corretivo nesses safados que estão aí.

Umberto Castilho
Ubatuba - São Paulo