sexta-feira, 10 de junho de 2011

O nepotismo e a Súmula Vinculante nº 13



Gerson Tavares



Antonio Palocci “pediu para sair e saiu”, mas se ele assumiu toda a responsabilidade para garantir a integridade do governo Dilma Rousseff, parece que ela mesma não está preocupada com esse “pequeno detalhe”.

E é exatamente por isso que hoje escolhi para falar de “nepotismo”, essa vergonha que já faz parte da classe política deste imenso país. A adoção, pelo Supremo Tribunal Federal, da Súmula Vinculante nº. 13, já deu muito que falar e vai continuar dando muita dor de cabeça. E uma das muitas questões refere-se ao alcance ou à legalidade de estender o parentesco colateral por afinidade ao terceiro grau. Os fóruns de debates e artigos doutrinários têm apontados casos e mais casos de nepotismo, questionando se os textos dão margem a interpretações equivocadas, se houve excesso ou precipitação, ou mesmo se cabe uma súmula vinculante com base em tão pouca jurisprudência.

Agora vamos falar um pouco daquilo que está acontecendo hoje. Ninguém está colocando em dúvida que parentes não possam ocupar cargos em comissão simultaneamente no mesmo órgão. Se ambos são servidores públicos efetivos, concursados, nada impede que sejam designados para exercerem cargos em comissão, funções gratificadas ou coisa do gênero. Mas será que não configura nepotismo a nomeação de pessoas sem vínculo algum com o serviço público, mas cuja principal ou única "qualificação" seja o parentesco com quem pode ter indicado o seu nome?
E é neste caso que eu vejo a convocação de Gleisi Hoffmann para a Casa Civil da Presidência da República. Mulher do ministro Paulo Bernardo, que ocupa o Ministério do Planejamento, Gleisi, em meu entender, estaria impossibilitada de ocupar o cargo de ministro-chefe da Casa Civil, já que a Súmula Vinculante nº 13 fala em parente até 3º grau.

Lógico que se esta discussão chegar ao Supremo, não terá uma resposta à luz da ética e muito menos moral, porque estamos falando de ministros que têm seus compromissos com o governo, homens que também têm seus interesses. E por isso, por ser esse negócio de nepotismo muito complexo à vista da lei, eu coloco exatamente à vista da ética e moral. Olhando bem para o Ministério da Dilma dá para ver que está virando um “ninho de cobras”. Tiraram Palocci e colocaram a Gleisi, mas a peçonha continua a mesma. O veneno pode até, a partir de agora, estar mais concentrado, já que dois ministros que “comandam” os atos da presidente, vão ter a noite inteira para montarem seus esquemas.

Não é de hoje que Paulo Bernardo se mostra um dominador e como a Dilma já mostrou que não tem segurança naquilo que faz, corremos o risco de muito breve estarmos atolados na lama de mais um escândalo.

Se a lei não pune esse nepotismo, é problema dos “doutores”, mas já é hora do povo punir a falta de moral e ética dessa “cambada”.

6 comentários:

Anônimo disse...

Está ai um dado importante. Se a lei brasileira faculta este direito de um casal ocupar dois cargos que se somam, pelo menos a lei da moralidade não dá direito ao governo de que abuse do direito de lei.
No caso dos dois ministros que são casados, todos sabem que qualquer coisa que venha em favor de um, seja ele o marido ou a mulher, o outro vai procurar facilitar e até negociar com outros paea que nada seja contrario às pretenções de seu 'companheiro'.
Isto será imoral sim, mas também não existe a menor ética em tudo que é feito pelo governo que sempre se disse 'acima do mal'.
Estamos mesmo entregues a uma quadrilha, como sempre você fala.

Maria das Graças Gonçalves Pereira
Barra da Tijuca - Rio de Janeiro

Anônimo disse...

Pelo visto o Lula está por trás de tudo. O Paulo Bernardo sempre foi um grande parceiro de Lula e agora, depois que a Dilma se acovardou e deixou o Lula assumir o governo, coisa que é tudo que ele sempre quis, o Paulo tratou de emplacar a sua mulher e o Lula, como sabe que o Paulo não vai lhe trair, tratou de descartar o Palocci.
Pelo menos, se a Gleisi nada fizer de bom e começar a fazer das suas, é carne nova e custa mais a ser descoberta.

Fernando Luiz Gonçalves
Rio de Janeiro

Anônimo disse...

O pior é que ninguém está preocupado com moral e ética. Mas também, se o PT, como sempre falou o Lula, era o único partido ético, que ninguém tinha mais moral que ele, chega-se a conclusão que aboliram do país essas coisas de um passado já distante.
O país já era e agora, para mudar, só mesmo matando todos esses políticos que aí estão e colocando só gente nova e com ética comprovada.

Gervásio Teixeira Jorge
Florianópolis

Anônimo disse...

E você acha que para essa turma do PT existe esse negócio de nepotismo?
Se eles tivesses ética, vergonha e moral ainda dava para cobrar, mas um partido que só tem bandido e trombadinha, o que você quer? Cobrar de quem?
Para esse caso o único jeito é o povo não votar mais nessa turma.

Marcos Duarte
São Paulo

Anônimo disse...

Mas falar em nepotismo nesse governo é o mesmo que ficar calado. Ninguém escuta.

Se quando está na cara eles não vêm e não querem ver, neste caso por ser ético ou moral, ai mesmo é que não vão dar a menor bola.
Eles são donos da bola e só joga quem eles querem.

Iolanda Marques
Rio de Janeiro

Anônimo disse...

Falar de nepotismo é coisa de babaca. Eles tem mais e que fazer isso mesmo. Se estão lá, aproveitem e vocês que ficam falando que se mordam todos.
Viva o nepotismo.

Juvenal licurci
Santo André