quarta-feira, 29 de junho de 2011

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O “X” da questão só o rei Midas conhece


Gerson Tavares

Um passeio de final de semana desastrado está levando muita gente a ter dor de cabeça. Aniversário do empresário Fernando Cavendish, festa em um resort e entre os convidados para a festa está o governador Sérgio Cabral. Quis o destino que um acidente de helicóptero trouxesse para a mídia as condições, ou "seis razões", para o acidente. Um empresário, também piloto, mas com a licença de voo vencida à seis anos, aquele empresário fez um monte de infrações até derrubar o helicóptero e levar com ele mais seis pessoas para a morte. Sérgio Cabral, que voou do Rio para Porto Seguro em um jatinho cedido pelo seu amigo Eike Batista, estava esperando a volta do helicóptero para voar em direção do resort, mas por sorte sua o acidente aconteceu na primeira “leva”.

Eike Batista disse que ele gasta seu dinheiro como ele quer, porque o dinheiro é dele e acho que tem toda a razão, mas o governador não é dono do cargo, por isso Sérgio Cabral deveria ter mais cuidado quando faz suas “trapalhadas”. Mas sei que já tem gente falando que eu estou me repetindo, que eu já falei, que já falei sobre tudo isso, mas se volto ao assunto é porque agora quero falar do Eike Batista, o milionário que não está nem aí para a opinião pública.

E para começar, de onde vem toda a fortuna do empresário Eike Batista? Está aí uma pergunta que até hoje ninguém fez e que a resposta ainda nem se quer foi pensada. Uma das maiores fortunas do mundo, Eike hoje se dá ao luxo de emprestar seu “jatinho” para passeios de muitos “amigos”, mas de onde vieram esses amigos e quem são esses amigos? Até hoje ninguém também perguntou até onde vão essas amizades “tão profundas”.

Mas voltando para a fortuna, ninguém fica rico da noite para o dia, a não ser ganhando na loteria e como não é esse o caso, de onde vem esta herança? Será aquela herança de berço que vem de avô para pai, de pai para filho? Normalmente essas fortunas vão sempre aumentando. É possível, por que não? Eike é filho de Eliezer Batista da Silva, que é filho de José Batista da Silva e de Maria da Natividade Pereira. Será que José Batista e Maria da Natividade eram tão ricos assim? O Eliezer nasceu em Nova Era em 4 de maio de 1924 e estudou engenharia e se formou em 1948 pela Escola de Engenharia da Universidade do Paraná. Estudar não é só para filho de milionário, certo?

Então Eliezer tornou-se conhecido já quando foi presidente da Companhia Vale do Rio Doce. Foi presidente da Vale em dois períodos e foi em sua gestão que aconteceu o “Programa Grande Carajás”, a primeira iniciativa de exploração das riquezas da província mineral dos Carajás, abrangendo áreas do Pará até o Xingu, Goiás e Maranhão.

Especializado em engenharia ferroviária, em 1949 Eliezer foi contratado pela Vale, que naquela época era uma empresa estatal não tão expressiva. Ele foi o primeiro presidente oriundo dos quadros da empresa, assumido a presidência em 1961. Coube a Eliezer Batista dirigir a mineradora de 1961 a 1964 e de 1979 a 1986.

Quando Fernando Henrique começou a falar em privatização,o governo encontrou em José Serra um dos que lutavam pela privatização da Vale e da Light e em contra partida, encontrou no presidente da Vale, Eliezer Batista, um dos mais ferrenhos contra a privatização. Eliezer Batista chegou ao ponto de dizer ao Fernando Henrique que privatizar a Vale foi uma estupidez.

O tempo passou e a estupidez acabou com aquele grande cabide de emprego que era a Vale do Rio Doce. Quando começaram a falar em fazer o filme “Lula, o filho do Brasil”, Eike reuniu alguns amigos empresários, para produção de um documentário que recebeu o titulo, "Eliezer Batista, o engenheiro do Brasil". Eu não vi a fita, mas quem viu diz que a história não conta como o pai, que tem inegavelmente um grande talento de empreendedor, mas de origem modesta, conseguiu educar o filho para fazê-lo da noite para o dia uma das maiores fortunas do mundo.

Mas mesmo sem ver o documentário sabemos que Eliezer foi Ministro das Minas e Energia de 1962 a 1963, durante o regime parlamentarista de João Goulart, e em 1992 foi secretário de Assuntos Estratégicos do governo Collor, aliás, fato nada recomendável.

Suas maiores realizações foram como presidente da Vale do Rio Doce e fiquei sabendo que no documentário, Eliezer conta aquela passagem dos bastidores da privatização da Vale no governo de Fernando Henrique. Segundo ele, em uma reunião com o então presidente, antes da privatização, ele diz ter aconselhado ao presidente a desistir da privatização porque a Vale poderia ser o instrumento do governo para resolver os problemas de logística do país.

Com a geração de caixa da mina de Carajás, a maior do mundo, com capacidade de produção de 100 milhões de toneladas de minério ao ano, a Vale, poderia viabilizar a construção das obras necessárias para reduzir o custo Brasil. Segundo Eliezer, Fernando Henrique teria levado adiante o plano de leiloar a mineradora com a justificativa de que era necessário convencer os investidores da seriedade de seu programa de privatizações. "É óbvio que vender um bem estatal tão valioso quanto a Vale, apenas por uma questão de credibilidade, seria estupidez", diz ao final Eliezer Batista.

Conversando com alguns ex-funcionários graduados da Vale, eles também falaram que foi um estupidez “vender” a Vale e explicaram o porque. Com a privatização, muitos desses “cabeças” resolveram se aposentar porque tudo que era dividido entre “eles” enquanto estatal, não poderia mais ser dividido com a privatização. É bom lembrar que há poucos meses atrás, Eliezer sugeriu, em declarações, a troca do presidente da Vale, saindo Roger Agnelli, entrando Sérgio Rosa, da PREVI, fundo de pensão do Banco do Brasil, e um dos maiores acionistas da Vale.

Mas por que será que entrou o Sérgio Rosa? Será que não foi porque o Eike não foi aceito? E já que estamos falando em Eike, de onde veio essa herança que ele, habilmente, soube multiplicar?

Será ele o rei Midas? Eis ao o “X” da questão.

2 comentários:

Anônimo disse...

Agora é eu me toquei. Ninguém conhece o passado do Eike. Como será que ele ficou tão rico? Será que ele bota a mão e a terra vira ouro?

Taí uma coisa que merece ser investigada.

Georgina Campos
São Paulo

fordes@ disse...

Eu gostaria de saber com que condição financeira o Eliezer entrou na Vale e como ele saiu. Afinal, se ele era contra a privatização da empresa, alguma vantagem ele deveria estar levando. E se a herança que o Eike herdou veio da Vale?

Tudo é possível, por que não? Só o que não dá para entender é o Eike ficar milionário sem uma boa ajuda. Agora, de onde veio?

Fortunato Mendes
Vitória - Esp. Santo