segunda-feira, 13 de junho de 2011

Cabral machucou o Pezão




Gerson Tavares



Tudo foi acontecendo aqui pelo Rio de Janeiro e eu deixando o tempo passar para ver como iria ficar no final do “rolo”. Depois de aproximadamente um mês de um movimento para chamar a atenção das autoridades do governo estadual do estado de Rio de Janeiro, com os salva-vidas trabalhando apenas em respeito aos banhistas, com os bombeiros fazendo o seu papel de “heróis do fogo”, mas procurando mostrar a população, que estavam abandonados pelas autoridades, eis que um dia houve a explosão e aconteceu a invasão do Quartel Central do Corpo de Bombeiros, que fica ali na Praça da República, centro da cidade.

Mesmo assim, por respeito à população, antes da invasão do quartel, os bombeiros realizaram passeata pelas ruas do centro do Rio, mostrando ao povo areal situação dos policiais bombeiros do estado. Eles tomaram a frente da Assembleia Legislativa do Rio, ali na Rua Primeiro de Março, fizeram uma manifestação e só então seguiram para o Quartel Central. Até ali eles tentaram conversar com o comando e ninguém resolvia ouvi-los e como “Maomé não foi à montanha, a montanha foi a Maomé”.

Eles só queriam ser recebidos para uma conversa, mas parece que o governo do Rio só fala em francês e assim ficou o dito pelo não dito. E foi então que 439 bombeiros invadiram o Quartel Central para fazer uma reivindicação por melhores salários e condições de trabalho. A categoria afirma que o salário inicial de R$ 950,00 é o menor da categoria em todo o país e pedia um salário de no mínimo R$ 2 mil para soldados que iniciam a carreira. Isso aconteceu na noite de sexta-feira, dia 3.

Como militares que são, foram presos. Os bombeiros presos foram autuados em quatro artigos do Código Penal Militar: motim; dano em viatura; dano às instalações; e impedir e dificultar saída para socorro e salvamento. Porem, quando o governo soube que eles estavam no pátio do quartel, mobilizou a Polícia Militar e o Batalhão de Choque foi para o local e como toda ação gera reação, assim como a polícia foi acionada por que os bombeiros estavam no quartel, com a chegada dos policiais prontos para atacar bandidos, os bombeiros tiveram o instinto de contra-atacar. Muita coisa aconteceu, mas como não aconteceu uma perícia no local, fica até meio absurdo falar em dano de viatura, dano às instalações e de falar que os “amotinados” dificultaram socorro e atendimentos.

Mas como os bombeiros são militares, receberam a voz de prisão e assim foi feito. Eles ficaram presos em quadras de esporte, galpões, coisa assim como se fossem desabrigados e o estado estivesse fazendo um grande favor. Desde o ocorrido, familiares e amigos dos bombeiros presos acamparam em frente à ALERJ exigindo a libertação deles.

Na noite de quarta-feira, já dia 15, a juíza da Auditoria da Justiça Militar do Rio, Ana Paula Monte Figueiredo, negou um pedido de relaxamento de prisão e liberdade provisória para os bombeiros presos. A Defensoria Pública do Estado, que ingressou com o pedido na terça-feira, informou que visava à libertação dos militares. Na decisão, a juíza afirmou que os bombeiros "extrapolaram seu exercício do direito de lutar por melhores condições de vida pessoal e profissional" ao "invadir o Quartel Central, desrespeitar seus superiores e danificar o patrimônio público, subvertendo a ordem assegurada pela Constituição, e exigindo a intervenção da Polícia Militar".

Porem quis a verdade que uma comissão de deputados fosse ver de perto o que estava realmente acontecendo e para espanto de todos, os presos estavam ali, naquelas “celas” com colchonetes espalhados pelas quadras sem a menor condição para um preso que deve ser respeitado pelo Estado. Uma oficial, a tenente enfermeira Lucrecia Belo Fonseca, que ficou presa no quartel dos bombeiros, no Méier, foi o caso que mais chamou a atenção da comissão de deputados. “A encontramos profundamente deprimida em uma cela de 5m quadrados, trancado com cadeado”, falou o deputado Protógenes Queiroz. Imediatamente foi providenciada a transferência da oficial para o Grupamento Especial Prisional. Realmente uma desvalorização para seres que a população reconhece como heróis.

E para mostrar que é um po´lítico e como tal tem que ser safado ou pilantra, Cabral lembrou que ele quer fazer do Pezão o seu substituto e do modo como está a coisa, ele perde até para o “macaco João”, então resolveu negociar com os líderes do movimento um aumento para bombeiros e policiais, isso como se nada tivesse acontecido. Mas a resposta não poderia ser outra: “Negociação só depois da soltura e anistia dos companheiros”.

Como falei lá em cima, a prisão tinha tudo de errado que era possível. Nem os que foram feridos pelos policiais que reprimiram a manifestação, fizeram exame de corpo de delito antes de serem encarcerados. As condições insalubres dos locais escolhidos para que os presos fossem confinados, estavá gerando doença aos bombeiros, isso entre tantas outras besteiras foram feitas pelo governo Cabral.

E só na madrugada da sexta-feira, dia 10, a Justiça do Rio concedeu um habeas corpus para soltar os 439 bombeiros presos. A decisão foi do desembargador Cláudio Brandão. Durante toda a sexta-feira, parentes amigos e a própria população esperava que os presos fossem libertados, mas como sempre, as autoridades usaram dois pesos e duas medidas. Um “peso” quando foi dada a voz de prisão, quando todos foram recolhidos sem mandado, sem exame de corpo de delito e de qualquer maneira foram jogados em quadras de esporte, galpões e celas sem a menor condição de manter um cidadão. A outra “medida”, quando na hora de acatar a ordem de liberdade, a Justiça Militar foi liberando os alvarás de soltura com a máxima lentidão, um a um. Só na noite da sexta-feira o primeiro bombeiro foi liberado e o último só no final do sábado.

Nisso tudo, uma coisa me chamou muito a atenção nesse imbróglio todo. Por onde anda o Pezão? Ele, que está sempre ao lado de Cabral, é bem verdade sempre que Cabral chega de Paris, desta vez sumiu.

Mas também, se ele pensa em ser candidato em 2014, sem aparecer já ficou difícil, imagina se der as caras.

4 comentários:

Anônimo disse...

O Sérgio Cabral é asim mesmo. Não pode chegar ao Brasil que faz merda. O ideal é ele ficar de vez em Paris.

Jussara Campos
Rio de Janeiro

Anônimo disse...

Quando o eleitor votou no Cabral já conheicia a fama do sujeito. Agora tem mais é que aturar. Ele está muito certo de não dar moleza para essa turma de vagabundo que só pensa em farra.
Na hora de trabalhar eles se escondem, mas na hora de cobrar aumento eles vão para o quartel e fazem bagunça.
Cadeia neles!

H. G. F.
R.Janeiro

Anônimo disse...

O eleitor votou errado e ainda vem esse aí em cima para dizer que o Cabral está certo.
Este Sérgio Cabral é um turista na cidade que o elegeu. Tinha mais era que deixar o cargo, mas para fazer isso tem que ter pelo menos, vergonha.
E este não parece ser o caso.

Selma Luz
Rio de Janeiro

Anônimo disse...

Sérgio Cabral já não deve mais se candidatar e pelo jeito, ele quer acabar com o Pezão também.

Uma boa manchete para você - 'Cabral morre e leva Pezão para a cova'

Morreram depois desse tiro n'água que o governador de Paris acaba de dar. Eleição nunca mais.

Hilário Gomes
Rio de Janeiro