quinta-feira, 30 de junho de 2011

Ainda o helicóptero não tripulado




Gerson Tavares



Um acidente com um helicóptero particular acontece e sete pessoas morrem. O “piloto”, uma pessoa sem muita responsabilidade, está sem licença para pilotar há seis anos e então resolve usar documento de outro piloto para decolar do heliponto da Lagoa Rodrigo de Freitas, aproveitando seu status de empresário e amigo do amigo do governador.

A viagem para Porto Seguro começou na manhã de sexta-feira, no “Heliponto da Lagoa”, na Zona Sul, quando Almeida recebeu a aeronave do piloto Felipe Calvino Gomes, que fora buscá-la em um heliporto privado no Recreio dos Bandeirantes. O helicóptero seguiu lotado para a Bahia.
Todos convidados de Fernando Cavendish, quando chegaram a Porto Seguro se reuniram ao restante do grupo que iria para a festa de aniversário de Fernando. Deste grupo que já estava em Porto Seguro, participava o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, seu filho e a namorada do rapaz. Sérgio Cabral e alguns dos convidados se deslocaram do Rio até Porto Seguro em um avião Legacy de propriedade do "amigo do lado esquerdo do peito" Eike Batista.

Para o local do evento então todos iriam de helicóptero e para isso seriam necessárias duas viagens, mas quis o destino que nem a primeira viagem chegasse ao seu final e o Mattoso levou com ele mais seis pessoas para o além.

Bem, até aí, quantos aviões caem pelo mundo? Quantos helicópteros também caíram até hoje? Mas nem tudo é natural quando tem gente do governo “na área”. Com o acidente e o escândalo do “piloto sem licença”, a viagem virou manchete e todo mundo ficou sabendo dos “trambiques” que Cabral vem fazendo em relação a tantas obras que acontecem no momento pelo Rio de Janeiro. Estamos vivendo em um verdadeiro “canteiro de obras”. Mas isso agora já passou para a esfera da Assembleia Legislativa que vai ter que dar uma explicação para tantas “vitórias” da “Delta Engenharia”, empresa do “amigo” Fernando Cavendish, não só nas licitações, mas também em obras não licitadas.

Agora entra em discussão outro tema, mas que também foi levantado a partir do acidente com o helicóptero do Mattoso, aquele mesmo “piloto sem licença”. Houve utilização de aeronaves da FAB para o transporte dos corpos das vitimas do acidente de Porto Seguro para o Rio de Janeiro e pelo que consta, nenhuma das vítimas exercia alguma função pública.

Não será abuso de poder? Todos sabem que Sérgio Cabral é colado ao Lula e a Dilma, mas será que isso lhe dá direito de usar avião da FAB para transportar os corpos dos seus amigos de final de semana? Se existe linha comercial entre Porto Seguro e Rio de Janeiro, por que os corpos não vieram transportados por avião de linha?

Há alguma coisa errada nessa historia. Será que isso tem nome? “Abuso de Poder” pode ser o nome mais adequado para o que foi feito.

É dose!

4 comentários:

madarino@ disse...

Gerson,
Eles não sabem o que é 'abuso de poder'. Para essa turma toda que aí está, são eles o dono do Brasil epor tanto, o que eles fizerem está muito bem feito.
Ladrão não conhece limites.

Maria Célia Mandarino
Bento Gonçalves - RS

Anônimo disse...

Quando é para falar mal das Forças Armadas eles se unem e fam o que é verdade e o que não é. Mas quando é para usar as Forças Armadas em benefício próprio, eles sabem ficar caladinhos.

Valter Santos
Rio

sanchesesanches@ disse...

O Sérgio Cabral está pedindo desculpas pelo fato dos bombeiros, mas eu gostaria muito que ele falasse que sempre errou eem ralação aos 'amigos' empresários e que agora vai saber separar as coisas.

Mas aí seria muito difícil ele conseguir fazer isto.

Ludimilla Sampaio Sanches
Rio de Janeiro

jcpeixoto disse...

Depois que acabaram com o DAC, quem fiscaliza os pilotos? Como um piloto debiloide decola do Rio de Janeiro e ninguém pergunta se ele é licenciado?
É por isso que tem um monte de avião voando pelo Brasil levando drogas. Não é à toa que o Brasil é hoje o país que mais transporta drogas.

Por falara em droga, essa ANAC é uma delas.

João Carlos Peixoto Lima
Rio de Janeiro