O NEGÓCIO É FALAR
parte 1
Gerson Tavares
Enquanto
Fernando Henrique Cardoso fala para imprensa europeia, ao abrir uma reunião com
27 governadores no Palácio da Alvorada, a presidente Dilma Rousseff defendeu
seu mandato “com unhas e dentes” e disse que mesmo com a ameaça de um
impeachment, ela ficará no cargo até 2018. Será isso uma ameaça?
E isso ela
falou em discurso que durou 32 minutos, onde garantiu que o país passa por um
período de transição, e que o pior já passou. Caramba, acima de tudo ela é
vidente. Mas voltando a fala de Dilma, no início Dilma atribuiu o não
cumprimento de promessas eleitorais a fatores como a crise internacional, a
queda nos preços das commodities e a desvalorização do real frente ao dólar,
que ajudou a aumentar a inflação.
A presidente
afirmou ainda que o governo tem de estar preparado para receber críticas e
sugestões. E deu uma de “ouvidora” colocando-se “toda ouvidos”: “Eu queria
dizer aos senhores que eu, pessoalmente, sei suportar pressão e até injustiça.
Isso é algo que qualquer governante tem de se capacitar e saber que faz parte
da sua atuação. Quero dizer que tenho ouvido aberto, enquanto razão; e o
coração, enquanto emoção e sentimento, para saber que esse novo Brasil que
cresceu, se desenvolveu e não se acomoda é aquele Brasil que nós queremos. É
aquele Brasil que não se satisfaz com pouco, que sempre quer mais. É esse o
Brasil que queremos cada vez mais desenvolvido, crescendo cada vez mais”. Mais
ela se esqueceu de dizer que o “queremos” que ela fala, é o “queremos”, dela e
de seus companheiros de “quadrilha”. O povo, aquele que pensa no Brasil, esse
não quer tanta “bandalheira”, tanta “roubalheira”. Não é porque o Fernando
Henrique fala que ela não rouba que temos que acreditar em mentiras.
Então, como
ela reuniu 27 pessoas que precisam dela para aumentar suas “vantagens”, dirigindo-se
àqueles “governadores”, a presidente da República conclamou a todos para uma série
de iniciativas, como a reforma do ICMS que, segundo ela, embora seja de ordem
microeconômica, terá repercussões macroeconômicas para o crescimento e para a
geração de empregos. E falou: “Conto com vocês. Quero dizer, do fundo do
coração, que vocês podem contar comigo. Há muito que nós sabemos que o Brasil
se passa nos estados e nos municípios. Se nós não tivermos um projeto de
cooperação federativa, em que nos articulemos e façamos com que ela dê frutos e
resultados, não estaremos trilhando o bom caminho. O bom caminho é aquele da
cooperação”.
Aí ela
deixava nas entrelinhas que se todos souberem roubar, logo tudo estará passado
para os seus nomes e “o povo que se lasque”. Mas na verdade, aquela reunião com
27 governadores só servia mesmo para ela. Afinal, ela usou e vai usar, por um
bom tempo, aquela foto, ao lado daqueles “babacas”, para dizer que tudo está bem no
país.
Não podemos
esquecer que uma reunião com quase quarenta pessoas possa resultar em bons
resultados. Claro, há não ser se acontecer hoje, como era na época de “Ali Babá
e os quarenta ladrões”, quando 40 roubavam e o Ali só "mamava nas tetas da besta".
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