terça-feira, 25 de agosto de 2015

NÃO EXISTE DEFESA MAIOR
QUE AQUELA ACORDADA

Gerson Tavares
 







Continuando na “ordem do dia”, ontem falei sobre a Maria Thereza, aquela que está se desdobrando em defesa de “bandidos” quanto as investigações sobre o esquema que desviou recursos da Petrobras. Então o ministro Gilmar Mendes falou que "não se cuida em transportar para o Tribunal Superior Eleitoral análise de todos os fatos apurados na operação Lava Jato, mas busca-se tão somente verificar se, de fato, recursos provenientes de corrupção na Petrobras foram ou não repassados para a campanha presidencial".

Ele ainda citou que os depoimentos prestados por três delatores da Lava Jato: o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, o doleiro Alberto Youssef e o empreiteiro e dono da UTC, Ricardo Pessoa. Ao citar os desvios de 3% dos contratos da Petrobras para o esquema que envolvia empreiteiras e políticos, Gilmar disse que "não é difícil adivinhar que parte desses recursos pode ter vindo para a campanha. As triangulações têm sido reveladas e isso precisa ser no mínimo investigado". É isso que eu venho falando desde que tudo isso veio à tona.

E o Gilmar Mendes disse ainda que a Justiça eleitoral "não pode ficar indiferente a esse tipo de exame ou liminarmente indeferir um pedido que busca esclarecer. Não se trata de cassar mandato aqui, mas de ver o que ocorreu". O magistrado pediu ainda que Ricardo Pessoa seja ouvido para esclarecer o caso. "Imagine que se possa demonstrar a partir do depoimento desse senhor Ricardo Pessoa, que os R$ 7 milhões que sua empresa doou foram claramente fruto de propina?". Mas parece que a Maria Thereza já tinha certeza que isso poderia acontecer e assim sendo, ela achou melhor jogar tudo lá no fundo da gaveta.

Já o ministro Luiz Fux elogiou o voto de Gilmar Mendes e disse que talvez tivesse votado diferente no ano passado, quando o Tribunal aprovou as contas de campanha de Dilma, devido ao aparecimento de novos fatos envolvendo a Lava Jato. E falou tranquilo: "Se muitos de nós soubéssemos o que sabemos agora, nem teríamos acompanhado o relator que aprovou as contas com ressalvas".

E já que falei do Gilmar Mendes, não posso deixar passar da prisão do ex-ministro e atual “perigoso bandido” José Dirceu. Ao fundamentar a detenção do “laranja do Lula”, o juiz Sérgio Moro falou em "lavagem de dinheiro". Sobre isso, o Gilmar afirmou que o argumento apresentado pelo PSDB, acompanhado de "mínimo suporte probatório pode, sim, qualificar-se como abuso de poder econômico, o que, a meu ver, justifica a necessária instrução do feito, em busca da verdade dos fatos, respeitando as garantias do contraditório e da ampla defesa".

E a Maria Thereza nem ficou vermelha depois desse posicionamento daqueles dois ministros.

São pessoas assim que querem mostrar ao mundo que não existe mais "vergonha" em nossa Justiça.



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