sexta-feira, 14 de agosto de 2015

COLLOR DE VOLTA
ÀS MANCHETES

Gerson Tavares
 







O Ministério Público Federal deve denunciar ainda este mês o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, do PMDB carioca, por corrupção e lavagem de dinheiro supostamente desviado de um contrato entre a Samsung Heavy Industries e a Petrobras. Na denúncia, Cunha deverá ser acusado também de coação de testemunhas.

O presidente da Câmara é suspeito de receber suborno para viabilizar os negócios da Samsung com a Petrobras. Só uma das propinas teria sido de US$ 5 milhões. Também estão praticamente prontas na Procuradoria-Geral da República pelo menos mais quatro denúncias contra políticos com direito a foro privilegiado. E entre essa “bandidagem” toda, quem está despontando como o “grande líder” é o velho conhecido da “marginalia", o atual senador Fernando Collor, que faz parte do PTB alagoano.

Como sempre acontece quando um “bandido” é pego com a “boca na botija”, Cunha e Collor negam envolvimento nas irregularidades apuradas na Operação Lava-Jato.

As acusações contra Cunha estão garantidas nos depoimentos de Youssef e do empresário Júlio Camargo, dois dos principais delatores da Operação Lava-Jato, e em documentos obtidos pelo MPF e pela Polícia Federal desde a abertura de inquérito sobre o caso no Supremo Tribunal Federal, em 6 de março deste ano.

Em depoimentos, Camargo disse que pagou propina de US$ 5 milhões a Cunha em troca do apoio dele a um contrato de aluguel de navios-sonda da Samsung pela Petrobras. Parte do dinheiro teria sido entregue a Cunha por Camargo. As declarações do delator confirmam acusações feitas a Cunha por Youssef em pelo menos dois depoimentos aos procuradores da Lava-Jato.

Num dos depoimentos, Youssef disse que, a pedido de Camargo, repassou R$ 5 milhões a Cunha por intermédio do lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, operador do PMDB na Petrobras, especialmente na diretoria internacional. Um dos pagamentos, no valor de US$ 2 milhões, teria sido feito a Fernando Baiano, em Hong Kong, por intermédio da RFY ou DGX. Youssef disse ainda que parte do pagamento foi feita no escritório que ele tinha em São Paulo.

Quanto ao Collor, ele mesmo se entregou ao formar a sua frota de automóveis de luxo. Só bandido para juntar tanto luxo em casa.



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