segunda-feira, 3 de agosto de 2015

COMO SEMPRE DIGO,
QUEM TEM, TEM MEDO!

Gerson Tavares
 



Mesmo depois de ter passado por muitos sustos até aqui, em cada fase da “Operação Lava-Jato”, a preocupação do Palácio do Planalto com a nova fase da Operação Lava Jato, batizada de Radioatividade, bate a todos os sustos. Essa preocupação reside principalmente no PMDB no Senado.

Em crise, o “desgoverno Dilma” precisa do apoio do presidente da Casa, Renan Calheiros, que é um dos membros mais "avacalhados" do PMDB lá de Alagoas. Isso para que a Dilma possa enfrentar o Eduardo Cunha, que também se “encosta” no PMDB, só que esse, do Rio de Janeiro. Cunha tem poderes que assustam o “desgoverno”, já que é ele que comanda a Câmara e tem poder para admitir a tramitação de pedidos de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.

As investigações da PF apontam que propinas pagas ao almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, presidente licenciado da Eletronuclear, ocorreram de 2011 a 2015. Até o fim de 2014, o senador Edison Lobão, também do PMDB, mas do Maranhão, integrante do grupo de Renan e do ex-presidente da República José Sarney, esteve no comando do Ministério de Minas e Energia.

E é aí que mora o perigo, pois embora o Planalto já espere que essa etapa da Lava Jato também atinja políticos do PMDB, uma vez que o partido é responsável pelo loteamento do setor elétrico, a extensão da operação sobre aliados de Renan ainda é uma incógnita.

Tudo faz crer que a inclusão do “marinheiro” Pinheiro da Silva no esquema surpreendeu o governo, uma vez que o almirante é considerado um dos maiores especialistas do mundo em urânio enriquecido. Apesar de o PMDB saber que Lobão aparecerá novamente nesta fase da Lava Jato, interlocutores de Dilma argumentam que, na atual conjuntura, qualquer notícia envolvendo aliados tem potencial de provocar nova crise política. Não podemos esquecer que o senador-ministro já é investigado pela Lava Jato desde 2014.

Todos lembram que em 2014, delação ao Ministério Público, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou que “Lobão mau”, então ministro de Minas e Energia, pediu a ele R$ 1 milhão, em 2008. Lobão também foi citado na delação do dono da UTC, Ricardo Pessoa, como beneficiário de suborno na pasta. A empreiteira é uma das contratadas pela Eletronuclear para as obras em Angra 3, mas o Lobão nega as acusações.

Realmente, falando em “Lobão”, delação que não consta o seu nome, não é delação que alguém leve a sério.


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