Mais uma vez, “Vergonha Nacional”

Gerson Tavares

Se existe no Brasil uma família que tem seu nome ligado intimamente com a corrupção, está é a família Sarney. Desde que eu escuto falar em corrupção no governo, lá está esse nome fazendo parte na “truta”.

E o José Ribamar, quer dizer, Sarney, que é o chefe de “quadrilha”, quer dizer, do “clã”, desde que seus filhotes foram tomando gosto pelo “negócio” foi encaixando em algum cargo, já que lá no Maranhão ele manda e então elege qualquer filhote e em qualquer cargo eletivo.

Tem um filho, o Zequinha, que foi deputado estadual no Maranhão e deputado federal por sete mandatos. Uma filha, a Roseana, já foi deputada federal, senadora e governadora do Maranhão. Mas tem também um filho, o Fernando Sarney, que é o mais esperto da família e que não precisa concorrer a cargo eletivo nenhum para se dar bem, porque ele usa o seu prestigio de filho de político, afinal, ele é filho do Ribamar, para assim arranjar negociatas para um bando de empresários salafrários e faturar uma grana preta em cada uma das negociatas sempre bem tramadas.

Mas tudo isso foi dito para chegar ao assunto do momento. Foi encaminhada pela governadora Roseana Sarney uma proposta que pedia a estatização da Fundação José Sarney, uma “fundação” da família Sarney e que foi aprovada na manhã da quarta-feira da semana retrasada pela Assembleia Legislativa do Maranhão.

Como sempre acontece quando algum Sarney está fazendo alguma coisa errada, fato que sempre acontece, o projeto de lei nº 259/2011 tramitou em regime de urgência, desta vez a pedido do deputado do PR, Jota Pinto, e prevê que a entidade passe a se chamar Fundação da Memória Republicana Brasileira. Com a estatização, ela passará a ser vinculada à Secretaria de Educação do estado do Maranhão e, segundo Roseana, será inserida na administração maranhense como "sucessora da atual Fundação José Sarney".

Tudo aconteceu em tempo recorde, já que a mensagem de Roseana foi enviada aos deputados na quinta-feira e publicada em Diário Oficial na segunda da semana passada, nem uma semana depois. A proposta foi aprovada por 31 votos a favor e oito contra. Três deputados estavam ausentes. A fundação é responsável pela guarda, preservação, organização e divulgação dos acervos documentais, bibliográficos, iconográficos e artísticos do patrono, ou seja, conta a parte "publicável" da história de José Sarney.

A história desta fundação tem sido marcada por constantes crises financeiras e sempre salva pelo governo. E para mostrar que só a família Sarney manda no Maranhão, no artigo em que fala sobre a estrutura da fundação, o projeto de Roseana diz que Sarney poderá indicar duas pessoas para a entidade. Em caso da morte do senador, a proposta aprovada diz que os ocupantes da vaga serão indicados pelos herdeiros do presidente do Senado e assim tudo permanece nas mãos da "quadrilha", desculpe, em mãos da família.

A proposta, muito criticada por opositores de Roseana, que acusaram a governadora e filha do presidente do Senado, José Sarney, de priorizar a manutenção da fundação que leva o nome de seu pai em detrimento de outras questões mais urgentes, como a Educação, por exemplo. Os professores da rede estadual fizeram greve por 72 dias este ano e nada conseguiram.

Mas educação já é outro assunto. Para que mais educação num estado que tem José Ribamar? Aliás, o "imortal" José Sarney.

Por isso hoje eu falo: Parem o mundo que nós queremos descer!