Ultimato da Dilma

Gerson Tavares

Nós não vamos reviver a CPMF e todo mundo sabe que mais impostos não é a meta do governo. Pelo menos, todos lembram que a Dilma falou em campanha eleitoral e até a semana passada ela ainda repetia essa cantilena. Mas como toda mentira tem perna curta, pegaram a presidente na curva.

Ela falou que o dinheiro da CPMF foi desviado e por isso ela era contra aquela “contribuição” que deveria gerir a Saúde e que não foi bem assim. Não há dúvidas que ela acusou os seus antecessores de irresponsáveis e isso atingiu também o seu criador, Luiz Inácio.

Mas como Dilma sentiu que o dinheiro está minguando e os “dividendos” já não estão satisfazendo a “turma da boquinha”, ela chamou seus aliados e falou que, ou eles arranjam um meio de tomar dinheiro do povo ou então não tem mais grana para “acertos”, mas deixou bem claro ao avisar que “o governo não quer, mas vocês se virem em botar dinheiro no cofre”.

Até aí a coisa estava correndo bem, mas nem todos os governadores estão dispostos a assumir a culpa da CPMF perante seus conterrâneos. Poucos têm a coragem do Sérgio Cabral que abriu o jogo ao falar que ele sempre foi contra a extinção na “velha” CPMF e que uma nova “contribuição” é muito bem vinda.

Depois do fato dos governadores tirarem o corpo fora, Dilma, que em um de seus momentos de toda poderosa, resolveu colocar a "patota" contra a parede. Ela, por dinheiro, não vê o que acontece à sua frente e esquecendo que “o governo não quer”, em um ultimato aos governadores foi taxativa: “Ou é nova CPMF, ou não é nada”.

E agora? Para Dilma é calça de veludo ou bunda de fora. E os governadores como ficam? Se eles se colocam a favor da CPMF, são eles que querem, mas se ficam contra, a Dilma esconde a chave do cofre.

Resta saber agora, “quem está preparado para botar a bunda na janela”.