Cuidado com certos movimentos

Gerson Tavares

Quando “manifesrações públicas” partem do povo eu apoio integralmete porque foi assim que no passado chegamos a alguns bons resultados. Mas quando dentre esse povo, se misturam os “políticos de ocasião”, que são aqueles aproveitadores que estão sempre à espreita para se colocar à frente e assim aparecerem como “salvadores da pátria”, ai já começa a “embolar o meio de campo”.

Muitos políticos que hoje estão aí fazendo as suas “falcatruas”, apareceram em movimentos que tinham do povo, todo o apoio e no entanto, hoje são os mais “pilantras dos pilantras”.

Agora, depois que jovens foram para as ruas através das redes sociais da internet, para pedir cadeia para os corruptos, chegou a vez de representantes estaduais e municipais do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e membros da Frente Parlamentar da Saúde e do Conselho Federal de Medicina (CFM), partirem para uma manifestação na terça-feira passada, em frente ao Palácio do Planalto, para pedir mais recursos para o setor. Inicialmente, a ideia era dar um abraço simbólico na sede da Presidência da República, mas como a segurança da presidência não permite, foi abortada a missão.

Segundo disseram, a ação fazia parte do movimento Primavera da Saúde, que surgiu após a realização de ato público no Congresso Nacional em favor da regulamentação da Emenda Constitucional nº 29, no final de agosto.

Eu até acreditaria no fato e aceitaria essa movimentação, mas já comecei a ver uma jogada do governo quando o conselheiro e representante da Federação Nacional dos Farmacêuticos, Ronald Ferreira dos Santos abriu a boca para falar: “Estamos com flores para levar à presidenta (Dilma Rousseff), dizendo que a sociedade brasileira compreende e está se somando a esse esforço de encontrar uma solução para o problema do subfinanciamento da saúde”. Com esta frase o Ronald deixou claro que o Palácio do Planalto estava por trás daquele movimento e estava, por vias tortas, fazendo apologia à CPMF.

Se outra é a ideia do movimento, escolheram mal o interlocutor.