quarta-feira, 26 de março de 2008




Quem será o Judas?

Editorial

Lá se foi à época em que os gozadores de plantão sabiam levar à execração pública, tanto no carnaval como no sábado de aleluia, com muito humor e irreverência, as pessoas e os fatos que aconteciam durante o todo o resto do ano. Em blocos carnavalescos, muita gente e atos foram cantados em versos e prosas e no sábado de aleluia, muita gente já foi malhada como o Judas da rua. Mas esse tempo passou e o carnaval de rua quase não existe mais e o sábado de aleluia passou a ser sábado Santo.
Este ano, com os aproveitadores de plantão lá na cidade do Crato, no Ceará, aquela mesma cidade que há poucas semanas atrás, foi usada por Lula para declarações contra um ministro STF que mostrou o quanto vale uma “bolsa família” em ano de eleição, elegeram o bispo de Barra, na Bahia, Dom Luiz Cappio, o Judas da cidade. Ele concorreu com o famigerado Cartão Corporativo, aquele maldito cartão que os Judas do governo usaram para meter a mão no bolso do povo. Concorreu também com o insignificante Salário Mínimo de um povo que luta para viver, com Hitler, com Fernandinho Beira Mar, com George W. Buch e até com um estuprador, que os organizadores tiveram o cuidado de omitir o nome, talvez para preservá-lo para um próximo estupro.
Mas o que falar desta eleição promovida pela Fundação do Folclore Mestre Elói, sediada no Crato, que deve ser uma instituição daquelas mantidas por politiqueiros que não têm o menor critério e muito menos, pudor.

Ao ser contra a transposição do “velho” Chico, que se for executada sem qualquer critério como quer o Lula, poderá causar aos ribeirinhos grandes perdas, Cappio virou um grande alvo para essa turma da “boquinha”, que precisa sempre dizer “amém” a tudo que o “chefe” manda e, lógico, necessita fazer jus aos seus “proventos” arranjados e manipulados que embolsam todos os meses. Como aceitar que Cappio seja ouvido e acabe provando que ele sabe o que está falando. Isso pode afetar os arranjos eleitoreiros do seu “grande líder”.

Mas como a grita foi grande em favor de Cappio, os organizadores da eleição resolveram, em vez de usar o nome do bispo, usar uma “frase” que não quer dizer coisa alguma, aliás, nem contra nem a favor, até muito pelo contrário. E assim, o Judas eleito virou: “a crise da transposição do Rio São Francisco”.

Isto é só uma prova que a Fundação cratense, se mostrou uma instituição sem rumo, sem comando e que de crédito talvez só tenha mesmo o “bolsa família”.

Façam bom proveito enquanto deixarem.

Gerson Tavares

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