quarta-feira, 26 de março de 2008

Crise da dengue poderá ser longa

Para especialistas da Fiocruz, medidas anunciadas pelas autoridades não são
efetivas no combate ao mosquito. Existe negligência na prevenção


RIO – Poderá se prolongar por todo o ano a epidemia de dengue no Rio de Janeiro, que já matou 48 pessoas em 2008. Alertaram especialistas que se a população não for ensinada a combater a mosquito transmissor da doença, essa epidemia poderá fazer muito mais óbitos, o que está provado pelo número de pacientes que ainda formam longas filas em hospitais atrás de tratamento. Os pacientes, nas filas ou já internados, são, em sua maioria, crianças que ficam mais expostas às picadas do mosquito “Aedes aegypti”, segundo os médicos.
A dona-de-casa Naira Magalhães está com os dois filhos, de 8 e 9 anos, internados desde a semana passada com dengue no hospital estadual Albert Schweitzer. Antes dos filhos, o marido já havia sido infectado. Segundo ela, o bairro onde mora, Realengo, na zona oeste, está com vários casos e até agora ainda não houve nenhuma inspeção dos agentes anti-dengue.
De acordo com o pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz Anthony Guimarães, especialista em entomologia, as medidas emergenciais anunciadas esta semana pelo Ministério da Saúde e pelos governos municipal e estadual não são efetivas para combater a doença, uma vez que os mosquitos já estão espalhados. O problema foi a "negligência" na prevenção.

Nenhum comentário: